Em 1997, Carlo Violi reúne textos de Norberto Bobbio ( 1909-2004) sob o titulo “Nem com Marx, nem contra Marx”. Na Introdução, Violi afirma que Bobbio teria declarado, diversas vezes “não ser nem marxista e nem anti-marxista, e que sempre considerou Marx um clássico com quem se deveria acertar as contas”. Selecionei um trecho sobre a renovação do marxismo, “a cada crise”.
“A cada crise o marxismo renasceu e renovou-se, cortando ramos secos e enxertando outros novos. Disso derivaram diversos marxismos, muitas vezes em violento contraste entre si. O marxismo não é mais, e na verdade nunca foi, um sistema: é uma família de sistemas, entre os quais as relações são frequentemente litigiosas, como aliás ocorre nas melhores famílias. As estratégias para sair das diversas crises foram principalmente duas: o enxerto do pensamento de Marx nas filosofias de tempos em tempo dominantes – positivismo, neokantismo, existencialismo, fenomenologia, estruturalismo e o recém-nascido, o marxismo analítico norte-americano – ou o retorno a um marxismo originário, autêntico, distorcido pelos vários intérpretes infiéis, que deve ser libertado dos numerosos “mal-entendidos” que impediram a sua compreensão autêntica.”
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