sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

FORMEN. A fuga dos servos para as cidades.


As notas de Marx (1857/58) sobre as FORMAS QUE PRECEDERAM A PRODUÇÃO CAPITALISTA ( Formen die der Kapitalistischen Produktion), comumente identificadas por FORMEN, usam uma linguagem simples e de fácil entendimento. Seguem dois pequenos trecho sobre a fuga dos servos para as cidades e a inviabilidade de sua organização.
“ Nas cidades que não chegaram à Idade Média já constituídas em Períodos anteriores, mas que foram erigidas então pelos servos que se libertavam, o trabalho privado de cada homem era sua única propriedade, independentemente do pouco capital que ele tivesse trazido consigo, consistindo este quase somente nos mais necessários instrumentos de seu ofício”
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“ A fuga de servos para as cidades continuou, sem interrupção, através de toda a Idade Média. Estes servos, perseguidos por seus amos na área rural, chegavam isoladamente às cidades, onde encontravam uma comunidade organizada contra a qual eram impotentes, na qual eles tinham de submeter-se à posição que lhes fosse designada pela demanda de seu trabalho e pelos interesses de seus competidores urbanos organizados. Estes trabalhadores chegando separadamente, jamais eram capazes de conseguir qualquer poder, pois sendo seu trabalho do tipo corporativo que devia ser aprendido, os mestres das guildas dobravam-nos a seu talante e os organizavam conforme seus interesses; ou, sendo seu trabalho de outra natureza, que não necessitasse de aprendizado e, portanto, não pertencente ao tipo corporativo, transformavam-se em diaristas e jamais conseguiam organizar-se, permanecendo na condição de massa desorganizada.”


2 comentários:

  1. Salvo engano, também nas FORMEN, pode ser encontrada uma peculiar definição de 'propriedade', a qual, em seus termos, "significa pertencer a uma comunidade, ganhando dentro dela existência subjetiva/objetiva e, através da relação da comunidade com a terra - enquanto seu corpo
    inorgânico, ocorre o relacionamento do indivíduo com o solo (...), porque a terra é, ao
    mesmo tempo, matéria prima, instrumento e fruto, ou seja, ocorre o relacionamento
    com as premissas próprias da individualidade ou modos de sua existência".

    Forte abraço,

    BR

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  2. Caro RB,
    É por aí... Mais um pequeno trecho: " Assim, originalmente, propriedade significa nada mais que a atitude do homem ao encarar suas condições naturais de produção como lhe pertencendo, como pré-requisito de sua própria existência; sua atitude em relação a elas como pré-requisitos naturais de si mesmo,que constituiriam, assim, prologamentos de seu próprio corpo".
    Valeu!
    Abs
    elysio

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