quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O hegeliano Karl Marx

Uma parcela ponderável dos estudiosos da obra de Marx insiste em identificar dois “Marxs” : o hegeliano da juventude e o da maturidade, que teria “abandonado” a filosofia de seu inspirador. Seguem dois trechos do primeiro fascículo de “Para a Crítica da Economia Política”, de 1859, com o filósofo de Trier no auge de seus 41 anos. A conclusão fica por conta dos leitores.....
“O que distinguia o modo de pensar de Hegel de todos os outros filósofos era o enorme sentido histórico que lhe estava subjacente. Por abstrata e idealista que fosse a forma, o desenvolvimento do seu pensamento não deixava de ir sempre em paralelo com o desenvolvimento da história universal, e esta última, propriamente, não deverá ser senão a prova do primeiro.”
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“Foi ele o primeiro a procurar mostrar um desenvolvimento, um encadeamento interno, na história e, por estranha que agora muita coisa na sua filosofia da história nos possa parecer, a grandiosidade da própria visão fundamental é ainda hoje digna de admiração, quando se lhe comparam os seus predecessores ou mesmo aqueles que depois dele se permitiram reflexões universais sobre a história. Na Fenomenologia, na Estética, na História da Filosofia, por toda a parte perpassa esta grandiosa concepção da história e, por toda a parte, a matéria é tratada historicamente, numa conexão determinada, ainda que também abstratamente distorcida, com a história.”


domingo, 29 de novembro de 2015

A Rússia comunista, em 1882

Engels, em prefácio à edição alemã de 1890 do Manifesto Comunista de 1848, faz uma surpreendente antevisão de outubro de 1917, quando os bolcheviques tomam o poder.
“A tarefa do Manifesto Comunista era a proclamação do declínio inevitavelmente iminente da propriedade burguesa hodierna. Na Rússia, porém, nós encontramos — a par da ordem capitalista que se desenvolve com [uma] pressa febril e da propriedade fundiária burguesa que só agora se começa a formar — mais de metade do solo na propriedade comum dos camponeses.
Pergunta-se, então: pode a comuna de camponeses russa — essa forma, sem dúvida, já muito desagregada da originária propriedade comum do solo — transitar imediatamente para uma forma comunista superior da propriedade fundiária, ou tem ela, antes, que passar pelo mesmo processo de dissolução que no desenvolvimento histórico do Ocidente se exibe?

A única resposta hoje possível para esta pergunta é a seguinte. Se a revolução russa se tornar o sinal para uma revolução operária no Ocidente, de tal modo que ambas se completem, então, a propriedade comum russa hodierna pode servir de ponto de partida para um desenvolvimento comunista.”  Londres, 21 de janeiro de 1882

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Uma reflexão.

Uma reflexão após anos de sonhos e lutas:
O socialismo é um sonho jamais tornado realidade. 
O capitalismo é uma realidade jamais sonhada.

domingo, 18 de outubro de 2015

O novo Dante existiu ?

Em fevereiro de 1893, Engels faz o prefácio de uma nova edição italiana do Manifesto e registra a expectativa do surgimento de um novo Dante:
“O Manifesto Comunista presta plena justiça à ação revolucionária do capitalismo no passado. A primeira nação capitalista foi a Itália. O termo da Idade Média feudal, o limiar da era capitalista moderna, está assinalado por uma figura colossal. É um italiano. – Dante ao mesmo tempo o último poeta da Idade Média e o primeiro poeta moderno. Hoje, como em 1300, uma nova era histórica se destaca. Produzir-nos-á a Itália o novo Dante que assinalará a hora do nascimento desta era proletária?

Com a palavra os leitores......

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Delfim ressuscita Marx.

Mais uma vez, Delfim apela pra Marx em sua coluna no Valor Econômico de 13/10/15. Registra a relevância do sufrágio universal – tese defendida por Marx/Engels no século 19 – e , com razão, critica o “uso desastrado” das ideias de Karl por seus “asseclas descuidados” do século 20. Segue o trecho:
“Se Marx ressuscitasse hoje, provavelmente se surpreenderia e se entusiasmaria com a fantástica metamorfose do seu capitalismo "inovador e revolucionário" sob a pressão organizada do cidadão-trabalhador. Talvez lamentasse o uso desastrado de suas ideias no século XX, por asseclas descuidados. E continuaria, com razão, a achar o "capitalismo do século XXI" ainda injusto e profundamente imoral.
Provavelmente teria mais cuidado, entretanto, em sugerir os remédios para corrigi-lo, além de 1) propiciar ao cidadão-trabalhador mais educação para respeitar os limites físicos impostos pela realidade e 2) continuar a insistir no seu empoderamento para um dia superá-los.”


domingo, 11 de outubro de 2015

MARXKETING. O X que faltava

MARXKETING. O X que faltava.

A caminho o livro que apresenta o fetichismo da mercadoria como o conceito precursor da sociedade do consumo.