terça-feira, 29 de abril de 2014

A visão de Bernard Shaw

"Ele realizou a maior proeza literária que um homem pode almejar. Marx mudou a consciência do mundo." Bernard Shaw

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Hegel, psicólogo disfarçado.


A ousada afirmativa do titulo está contida em palestra do pensador junguiano David Holt (1926-2002), proferida na Royal Society of Medicine, em 21 de novembro de 1974.
Holt, que se confessa um conservador com “c” grande e pequeno, afirma que Marx “introduziu em sua análise econômica expectativas messiânicas”, fruto de sua formação judaico-cristã. Essas expectativas, das quais ele estaria - segundo Holt, inconsciente - o levaram a sacramentar o proletariado como “o povo escolhido”.
Holt vai buscar em Hegel a base de sua ousada afirmativa:
“Como a visão de Marx se relaciona com a história longa e confusa da psicologia messiânica judaico-cristã? Eu acho que a maioria dos estudantes de história das ideias concorda que a resposta está na filosofia de Hegel, e na forma utilizada por Marx ao alterar esta filosofia. Certamente foi na obra de Hegel que eu encontrei a minha primeira ponte de Marx  para Jung, 25 anos atrás.
Jung escreveu sobre filosofia de Hegel:
A vitória de Hegel sobre Kant consistiu no mais grave golpe na razão e no desenvolvimento da mentalidade germânica e, em última análise, da mentalidade europeia, o mais perigoso é que Hegel era um psicólogo disfarçado que projetou grandes verdades fora da esfera subjetiva em um cosmos que ele mesmo havia criado.”



sexta-feira, 11 de abril de 2014

Cristianismo Primitivo e Movimento Operário.

Em 1895, Engels produz um de seus últimos textos onde analisa os pontos de contato entre o cristianismo primitivo e o movimento operário “moderno”. Segue o parágrafo de abertura:
“A história do cristianismo primitivo oferece curiosos pontos de contato com o movimento operário moderno. Como este, o cristianismo era, na origem, o movimento dos oprimidos: apareceu primeiro como a religião dos escravos e dos libertos, dos pobres e dos homens privados de direitos, dos povos subjugados ou dispersos por Roma. Os dois, o cristianismo como o socialismo operário, pregam uma libertação próxima da servidão e da miséria; o cristianismo transpõe essa libertação para o Além, numa vida depois da morte, no céu; o socialismo coloca-a no mundo, numa transformação da sociedade. Os dois são perseguidos e encurralados, os seus aderentes são proscritos e submetidos a leis de exceção, uns como inimigos do gênero humano, os outros como inimigos do governo, da religião, da família, da ordem social. E, apesar de todas as perseguições, e mesmo diretamente servidos por elas, um e outro abrem caminho vitoriosamente. Três séculos depois do seu nascimento, o cristianismo é reconhecido como a religião do Estado e do Império romano: em menos de sessenta anos, o socialismo conquistou uma posição tal que o seu triunfo definitivo está absolutamente assegurado.”


quinta-feira, 10 de abril de 2014

"Capitalismo puro", nos anos 1980.

Neste abril de 2014, após 20 anos de ausência, voltou a circular o mensário francês “ O Idiota Internacional” ( L’Idiot International ), criado por Sartre e Simone de Beauvoir. Na edição inaugural, uma interessante e extensa entrevista com a romancista Dominique Manotti , ex-integrante - anos 60 - da UEC ( Union des étudiants communistes). Dominique faz uma curiosa análise do pensamento de Marx: “ Marx pensava que vivia na era do capitalismo. Na realidade, são os anos 1980 que representam o surgimento do capitalismo puro. Todos os valores anteriores foram apagados, a partir deste momento”. A escritora afirma, ainda, que, nesta década, o mundo teria  mergulhado no neoliberalismo e a sociedade francesa se convertido ao valor dominante do dinheiro.”