A ousada afirmativa do titulo está
contida em palestra do pensador junguiano David Holt (1926-2002), proferida na
Royal Society of Medicine, em 21 de novembro de 1974.
Holt, que se confessa um conservador com
“c” grande e pequeno, afirma que Marx “introduziu em sua análise econômica
expectativas messiânicas”, fruto de sua formação judaico-cristã. Essas
expectativas, das quais ele estaria - segundo Holt, inconsciente - o levaram a
sacramentar o proletariado como “o povo escolhido”.
Holt vai buscar em Hegel a base de sua
ousada afirmativa:
“Como a visão de Marx se relaciona com
a história longa e confusa da psicologia messiânica judaico-cristã? Eu acho que
a maioria dos estudantes de história das ideias concorda que a resposta está na
filosofia de Hegel, e na forma utilizada por Marx ao alterar esta filosofia.
Certamente foi na obra de Hegel que eu encontrei a minha primeira ponte de
Marx para Jung, 25 anos atrás.
Jung escreveu sobre filosofia de Hegel:
“A
vitória de Hegel sobre Kant consistiu no mais grave golpe na razão e no
desenvolvimento da mentalidade germânica e, em última análise, da mentalidade
europeia, o mais perigoso é que Hegel era um psicólogo disfarçado que projetou
grandes verdades fora da esfera subjetiva em um cosmos que ele mesmo havia
criado.”
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