domingo, 28 de maio de 2017

A burguesia em 1648 e 1789

Em dezembro de 1848, Marx publica no Nova Gazeta Renana, uma brilhante análise do comportamento revolucionário da burguesia nas revoluções de 1648 e de 1789. Segue um trecho.
Em 1648, a burguesia estava ligada à nobreza moderna contra a realeza, contra a nobreza feudal e contra a Igreja dominante.
Em 1789, a burguesia estava ligada ao povo contra realeza, nobreza e Igreja dominante.
A revolução de 1789 tinha por modelo (pelo menos, na Europa) apenas a revolução de 1648, a revolução de 1648 apenas a insurreição dos Países Baixos contra a Espanha. Ambas as revoluções estavam avançadas um século, não apenas pelo tempo, mas também pelo conteúdo, relativamente aos seus modelos.

Em ambas as revoluções, a burguesia era a classe que realmente se encontrava à cabeça do movimento. O proletariado e as frações da população urbana não pertencentes à burguesia não tinham ainda quaisquer interesses separados da burguesia ou não constituíam ainda quaisquer classes, ou sectores de classes, autonomamente desenvolvidas. Portanto, ali onde se opuseram à burguesia, como, por exemplo, de 1793 até 1794, na França, apenas lutaram pela perseguição  dos interesses da burguesia, ainda que não à maneira da burguesia. Todo o terrorismo francês não foi mais do que uma maneira plebeia de se desfazer dos inimigos da burguesia, do absolutismo, do feudalismo e da tacanhez pequeno-burguesa.”

sábado, 27 de maio de 2017

A política norte-americana. A visão de Engels.

Em março de 1891, no prefácio de nova edição da “Guerra Civil em França”, Engels faz uma análise - com distanciamento de duas décadas – da Comuna de Paris. Aproveita para classificar os políticos de Tio Sam no final do século 19. Será que aconteceu mudança substancial no decorrer desses 120 anos? A descrição lembra Brasília dos últimos meses........
“Em parte alguma os «políticos» formam um destacamento da nação mais separado e mais poderoso do que precisamente na América do Norte. Ali, cada um dos dois grandes partidos aos quais cabe alternadamente a dominação é ele próprio governado por pessoas que fazem da política um negócio, que especulam com lugares nas assembleias legislativas da União e de cada um dos Estados, ou que vivem da agitação para o seu partido e são, após a vitória deste, recompensados com cargos. É sabido que os americanos procuram, desde há trinta anos, sacudir este jugo tornado insuportável e que, apesar de tudo, se atolam sempre mais fundo nesse pântano da corrupção. É precisamente na América que podemos ver melhor como se processa esta autonomização do poder de Estado face à sociedade, quando originalmente estava destinado a ser mero instrumento desta. Não existe ali uma dinastia, uma nobreza, um exército permanente — excetuados os poucos homens para a vigilância dos índios — nem burocracia com emprego fixo ou direito à reforma. E, não obstante, temos ali dois grandes bandos de especuladores políticos que, revezando-se, tomam conta do poder de Estado e o exploram com os meios mais corruptos para os fins mais corruptos — e a nação é impotente contra estes dois grandes cartéis de políticos pretensamente ao seu serviço, mas que na realidade a dominam e saqueiam.”


quarta-feira, 17 de maio de 2017

MARXKETING

“MARXKETING. 1867/2017 - Os 150 anos do Fetichismo da Mercadoria. O conceito precursor do marketing.” O livro, com  lançamento no segundo semestre de 2017, tem suas origens em outubro de 2013 quando participei do II Congresso Internacional Karl Marx, convidado pela Universidade Nova de Lisboa. A revista Carta Maior repercutiu a palestra:



sexta-feira, 5 de maio de 2017

5 de maio de 1818. 199 anos hoje...

Na celebração dos 199 anos de Marx, o alemão está mais vivo do que nunca.
1. George Soros: “Há 150 anos esse homem descobriu algo sobre o capitalismo que devemos levar em conta”.
2. Nouriel Roubini : “Karl Marx tinha razão. Em algum momento, o capitalismo pode se auto-destruir. Você não pode continuar a mudar os rendimentos do trabalho para o capital, sem ter um excesso de capacidade e falta de demanda agregada.
3. Norberto Bobbio: “A cada crise o marxismo renasceu e renovou-se, cortando ramos secos e enxertando outros novos.” 
4. Delfim Netto: “Karl Marx foi seguramente um dos maiores pensadores do século XIX e hoje suas ideias estão totalmente absorvidas. O que o marxismo tinha de bom, de mais importante, é parte integrante da cultura universal, da mesma forma que Hegel, Kant, Einstein foram absorvidos.” 
5. Eric Hobsbawn: “Não é surpreendente que os capitalistas inteligentes, especialmente no setor financeiro globalizado, fiquem impressionados com Marx, já que eles são necessariamente mais conscientes que outros sobre a natureza e as instabilidades da economia capitalista na qual eles operam.”