sábado, 31 de dezembro de 2011

A crise mundial "ressuscitou" Marx.

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Os Grundrisse - anotações e estudos de Marx entre 1857 e 1858 - e se constituem, segundo o Professor Ricardo Antunes da Unicamp, “em verdadeira mina, pistas, notas, indicações que depois vão aparecer em uma exposição mais sistemática e volumosa na sua obra maior e monumental: O Capital.”
Em entrevista para a IHU on line, da Unisinos, o Professor da Unicamp Ricardo Antunes define o principal desafio do marxismo atual – compreender o século 21.

“O principal desafio do marxismo hoje é duplo: primeiro, é desvendar o mundo atual. Por volta de 15 ou 20 anos atrás estávamos na onda pós-moderna de que o marxismo tinha acabado, de que Marx estava morto, sepultado, não tinha mais nada a nos oferecer. Nós adentramos em uma fase de crise estrutural profunda do capital que rejuvenesceu e “ressuscitou” a obra de Marx. Então, o primeiro desafio dos marxistas é compreender o século XXI, o nosso entorno. A obra de Marx, em seu conjunto, é fortemente inspiradora para uma alternativa para além do capital. Mas os Grundrisse têm a particularidade de serem anotações, indicações, textos inconclusos, que percebiam embriões de tendência no século XIX que hoje estão plenamente desenvolvidas. Por exemplo, a questão da ciência e da técnica e suas conexões com o trabalho. Essa obra é mais um ingrediente importante para esse decisivo processo de redescobrimento de Marx, que nos auxilia diante dos desafios radicais do século XXI.”

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