sábado, 25 de fevereiro de 2012

Dinheiro: o proxeneta universal de homens e povos.



Nos “Manuscritos Econômicos e Filosóficos” de 1844, Marx qualifica o dinheiro como “a prostituta universal, o proxeneta universal de homens e povos”. Selecionei dois trechos onde ele fala, de forma bem humorada, sobre o poder do dinheiro, que cura todas as mazelas humanas.

“Quanto menos você come, bebe, compra livros, vai ao teatro, sai para beber, pensa, ama, teoriza, canta, pinta, luta esgrima etc., mais você economiza e maior se tornará o tesouro que nem traças nem larvas podem consumir – seu capital. Quanto menos você é, quanto menos você expressa sua vida, mais você tem, maior é sua vida alienada e mais você acumula de sua essência alienada… tudo o que você é incapaz de fazer, seu dinheiro pode fazer por você…”
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“Quanto maior o poder de meu dinheiro, mais forte sou. As qualidades do dinheiro são qualidades e poderes essenciais meus, do possuidor. Portanto o que sou e o que posso fazer não são de forma alguma determinados por minha individualidade. Sou feio,  porém posso comprar a mulher mais bela. O que significa que não sou feio, uma vez que o efeito da feiúra, seu poder repulsivo, é destruído pelo dinheiro. Como um indivíduo, sou manco, porém o dinheiro me proporciona vinte e quatro pernas. Logo, não sou manco. Sou um individuo perverso, desonesto, inescrupuloso e estúpido, mas o dinheiro é respeitado, e assim também seu dono. O dinheiro é o bem supremo, e conseqüentemente seu dono também é bom.”  

2 comentários:

  1. "Object par excellence", o dinheiro constitui, em verdade, a origem dos males que nos atormentam -- a começar pela assustadora desigualdade social e, como causa natural, a extrema pobreza da maior parte de nossa população.
    Acredito que [quem sabe?] é preciso resgatar [e, sobretudo, praticar!] o real conceito de "sobriedade", que, em linhas gerais, nada mais é do que, pautar-se por uma conduta "sem excessos" (HOUAISS), isto é, com temperança.
    Exemplo de desprendimento, doação e virtude, São Francisco de Assis já dizia que a boa pobreza consiste em “ser pobres de coisas e ricos em virtudes” (FR. RANIERO CANTALAMESSA, ed. Loyola, São Paulo, 1997).
    É bom que se diga que sua msg. não era qualquer apologia à pobreza, porém do desapego às coisas materiais.
    Em outras palavras: é importante aprender a viver com o necessário, levando em consideração que a riqueza é incapaz de suprir nossas carências mais relevantes. Assim, tratava-se de "levar" uma vida de renúncia e, em especial, retidão.
    Por fim, lembro, por oportuno, o princípio de Pascal acerca das 03 ordens de grandeza possíveis à realização humana: a ordem material dos corpos, a intelectual e a sobrenatural, da santidade.
    Mas, seria possível pensar no mundo sem o dinheiro??
    Creio que sim, muito embora [lamentavelmente!] o resultado seria a construção de uma nova ordem mundial.
    Abs,
    BR

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  2. Caro BR,
    enquanto a nova ordem mundial não chega, fica a advertência de Francis Bacon: "Se o dinheiro não for o teu criado, ele será o teu mestre".....
    abs
    elysio

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