Em setembro de 1890, Paul Lafargue – genro de Marx – publica “Recordações Pessoais sobre Karl Marx” ( “Des souvenirs sur K.Marx”) quando releva intimidades do sogro. Selecionei um trecho onde está registrado o interesse pela literatura e o fascínio por Balzac. Como a tradução do marxistas.org está um tanto embolada, posto também o texto original, em francês.
“Admirava as narrações alegres e de aventuras. Cervantes e Balzac eram também autores de sua predileção. Em Dom Quixote via os derradeiros dias da cavalaria andante, que teve seus méritos transformados em objeto de chacota e escárnio, por parte do nascente mundo burguês. Sentia tal interesse por Balzac que se propunha escrever uma obra crítica sobre A Comédia Humana “logo que terminasse seus trabalhos sobre economia”.
Balzac não foi só o historiador da sociedade de seu tempo, mas também o criador de tipos proféticos que, na época de Luís Felipe, existiam apenas em estado embrionário, só se desenvolvendo completamente ao tempo de Napoleão III.
Marx lia com perfeição todas as línguas européias e escrevia em três: alemão, francês e inglês, causando admiração aos nativos dessas línguas. “Um idioma estrangeiro é uma arma nas lutas da vida”, dizia muitas vezes.”
“Il plaçait Cervantès et Balzac au-dessus de tous les autres romanciers. Il voyait dans Don Quichotte l'épopée de la chevalerie à son déclin, dont les vertus allaient devenir, dans le monde bourgeois naissant, un objet de moquerie et de ridicule. Et il avait une telle admiration pour Balzac qu'il se proposait d'écrire un ouvrage critique sur la Comédie humaine dès qu'il aurait terminé son œuvre économique. Balzac, l'historien de la société de son temps, fut aussi le créateur de types qui, à l'époque de Louis-Philippe, n'existaient encore qu'à l'état embryonnaire et ne se développèrent complètement que sous Napoléon III, après la mort de l'écrivain. Marx lisait couramment toutes les langues européennes et en écrivait trois : l'allemand, le français et l'anglais, si bien que ceux qui possédaient ces langues en étaient étonnés. "Une langue étrangère est une arme dans les luttes de la vie", avait-il l'habitude de dire.”
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