domingo, 4 de setembro de 2011

Existe marxismo nos Estados Unidos?


Erik Wright e Michael Burawoy, sociólogos marxistas, concederam entrevista exclusiva a Ruy Braga e Álvaro Bianchi ( revista CULT – abril/2008), com o titulo desta postagem. Segue um trecho da resposta à pergunta inicial:

Gostaríamos de começar com um questão proposta recentemente por Seymour Lipset: por que não houve um movimento socialista forte nos Estados Unidos? É possível explicar isso - como faz o autor - por um suposto "excepcionalismo norte-americano"?
...................................................................... hoje, os Estados Unidos não deveriam ser considerados exceção e, sim, a norma à qual aspiram tantas burguesias nacionais - pense na competição entre a Índia e a China para emular o livre mercado controlado pelos Estados Unidos, na adoção entusiástica dos princípios de mercado por toda a antiga União Soviética e seus países satélites. Até na África e no mundo árabe, a hostilidade aos Estados Unidos não implica a rejeição do mercado capitalista. Vamos deixar nossos leitores decidirem se a América Latina, seja o Brasil, a Bolívia ou a Venezuela, oferecem alternativas genuínas para o modelo americano. Talvez a grande ironia esteja no fato de que os Estados Unidos, de várias maneiras, são uma das mais conhecidas exceções à sua própria celebração dos livres mercados, da democracia liberal e dos direitos humanos.”

2 comentários:

  1. Mas houve um movimento comunista nos EUA, sim. Basta lembrar nomes como John Reed (autor dos "10 dias que abalaram o mundo") e James Cannon, cujo Socialist Workers Party foi a maior seção da Oposição de Esquerda fora da Rússia.

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  2. Com certeza. Vide outra parte da entrevista que postei no dia 5/09/11, onde os dois sociólogos afirmam que "houve um certo florescimento do marxismo, especialmente nos anos 1970 até os 1980"
    Além disso, o PC Ianque existe ainda hoje e apoiou Obama em 2010.
    elysio

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