Em 1976, o inglês Perry Anderson, historiador e professor da UCLA, publica estudo com o titulo desta postagem onde procura demonstrar que a “história do marxismo, desde que nasceu há pouco mais de cem anos, está ainda por escrever”. Para esta “Parte 3”, selecionei um trecho sobre a “escola marxista de Frankfurt” que formou uma geração de marxistas.
“Na República de Weimar criou-se um Instituto de Investigação Social, independente, patrocinado por um rico comerciante de cereais, com o objetivo de promover estudos marxistas num quadro de investigação quase acadêmico (o Instituto estava oficialmente ligado à Universidade de Frankfurt). O seu primeiro diretor foi o historiador de direito Carl Grunberg, que tinha sido catedrático da Universidade de Viena antes da I Guerra Mundial. Nascido na Transilvânia, Grunberg era um membro típico da velha geração da escola marxista do leste europeu; fundou e dirigiu o primeiro grande jornal da história do movimento operário na Europa, o Archiv fur die Geschichte des Sozialismus and der Arbeiterbewegung, que transferiu na altura para Frankfurt. Este destacado representante do marxismo austríaco passou a estabelecer a ponte com a geração mais nova de intelectuais socialistas na Alemanha. Durante os anos vinte, o Instituto de Investigação Social a que presidia incluiu nos seus grupos de trabalho tanto comunistas como social-democratas, e manteve uma ligação regular com o Instituto Marx-Engels de Moscou, enviando material de arquivo a Riazanov para a sua primeira edição das obras de Marx e Engels. Com efeito, o primeiro volume das Marx-Engels Gesamtausgabe (MEGA) foi publicado em Frankfurt, em 1927, sob os auspícios conjuntos das duas instituições.”
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