Em setembro de 1980, Paul Lafargue, genro de Marx, escreve “Recordações Pessoais sobre Karl Marx”. Destaca o lado poliglota de Marx:
“Marx lia com perfeição todas as línguas européias e escrevia em três: alemão, francês e inglês, causando admiração aos nativos dessas línguas. “Um idioma estrangeiro é uma arma nas lutas da vida”, dizia muitas vezes. Tinha muita facilidade em adquirir conhecimentos de qualquer idioma. Aos 50 anos, começou a estudar o russo e, ainda que esta língua nada tivesse em comum com a etimologia das línguas que conhecia, em seis meses já lia trechos de escritores e poetas russos, como Gogol, Puchkin e Chtcherín. O que o levou a aprender o russo foi o desejo de ler diretamente os documentos de comissões de inquérito oficiais cuja divulgação era proibida pelo Governo do Tzar em virtude das terríveis revelações que continham. Amigos devotados enviavam essa documentação a Marx, que, seguramente, foi o único economista da Europa Ocidental que pode conhecê-la.”
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