Na mesma carta a Schweitzer (1865) onde Marx descreve a polêmica com Proudhon segue mais um trecho de dura critica à “dialética de Proudhon”.
“Proudhon pendia por natureza para a dialética. Mas, uma vez que ele nunca compreendeu a dialética realmente científica, apenas a reduziu a sofística. De fato, isso coincidia com o seu ponto de vista pequeno-burguês. O pequeno-burguês é tal como o historiador Raumer (1781-1873): composto de «por um lado...» e de «por outro lado...» É assim nos seus interesses econômicos e, portanto, [também] na sua política, nas suas visões religiosas, científicas e artísticas. E assim na sua moral, é assim in everything. Ele é a contradição viva. Se, além disso, como Proudhon, for um homem rico de espírito, em breve aprenderá a jogar com as suas próprias contradições e a elaborá-las, segundo as circunstâncias, em paradoxos vistosos, ruidosos, umas vezes escandalosos, outras vezes brilhantes. Charlatanismo científico e acomodação política são inseparáveis de um tal ponto de vista. Resta apenas um motivo impulsionador, a vaidade do sujeito, e trata-se, como com todos os vaidosos, apenas do sucesso do momento, da sensação do dia. Assim se extingue necessariamente o simples tato moral que, por exemplo, sempre manteve afastado um Rousseau mesmo de qualquer compromisso aparente com os poderes existentes.”
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