Em dezembro de 1847, ainda em Bruxelas, Marx comenta uma carta publicada por Lamartine – Marie-Louis-Alphonse Prat de Lamartine, Ministro dos Negócios Estrangeiros da França. Classifica Lamartine como “socialista poético” e faz referencia a um desafio proposto por Etienne Cabet, um defensor do “comunismo utópico passivo”.
“Mais uma vez, os jornais franceses publicam uma carta do Sr. de Lamartine Dessa vez, é sobre o comunismo que esse socialista poético dá sua cândida opinião após ter sido desafiado a fazê-lo por Cabet. Ao mesmo tempo, Lamartine prometeu expor suas visões, detalhadamente, acerca desse “assunto importante” em um futuro próximo. Por agora, ele se contenta com breve sucinto discurso profético:
“Minha opinião acerca do comunismo”, ele afirma, “pode ser resumida no seguinte sentimento (!): se Deus confiasse a mim uma sociedade de selvagens para civilizá-los e fazê-los pessoas de boas maneiras, a primeira instituição que eu os daria seria a da propriedade.”
“O fato”, continua o Sr. Lamartine, “de que o homem apropria os elementos para si é uma lei da natureza e uma precondição da vida. O homem apropria o ar através da respiração, o espaço ao andar por ele, a terra ao cultivá-la, e até mesmo, através de sua própria perpetuação pelos seus filhos; a propriedade é a organização do princípio da vida no universo; comunismo seria a morte do trabalho e da humanidade como um todo.”
“Seu sonho”, o Sr. Lamartine finalmente consola o Sr. Cabet “é muito bonito para essa Terra.”
O Sr. Lamartine é, assim, um oponente do comunismo e não somente do sistema comunista; na verdade, ele entra na lista que defende a “perpetuidade da propriedade privada”. O seu “sentimento” diz a ele três coisas:
que a propriedade civiliza as pessoas;
que ele é a organização do princípio da vida no mundo; e
que o seu oposto, comunismo, é um sonho muito bonito para esse mundo mau.”
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