Em junho de 1883, três meses após a morte de Marx ( 14 de março) Engels assina sozinho o prefácio à edição alemã do Manifesto:
“Tenho, infelizmente, de assinar sozinho o prefácio à presente edição. Marx, o homem a quem toda a classe operária da Europa e da América deve mais do que a qualquer outro —, Marx repousa no cemitério de Highgate, e sobre o seu túmulo cresce já a primeira erva Depois da sua morte já não se pode mais falar de uma refundição ou complemento do Manifesto. Pelo que considero tanto mais preciso afirmar aqui de novo, expressamente, o seguinte:
O pensamento fundamental que percorre o Manifesto: que a produção econômica, e a articulação social que dela com necessidade decorre, de qualquer época histórica forma a base da história política e intelectual dessa época; que, consequentemente, toda a história (desde a dissolução da antiquíssima posse comum do solo) tem sido uma história de lutas de classes, lutas entre classes exploradas e exploradoras, dominadas e dominantes, em diversos estágios do desenvolvimento social; que esta luta, porém, atingiu agora um estágio em que a classe explorada e oprimida (o proletariado) já não se pode libertar da classe exploradora e opressora (a burguesia) sem simultaneamente libertar para sempre a sociedade toda da exploração, da opressão e das lutas de classes — este pensamento fundamental pertence única e exclusivamente a Marx.
Já afirmei isto muitas vezes; mas é necessário, precisamente agora, que esta afirmação preceda o próprio Manifesto.
Londres, 28 de Junho de 1883.
F. Engels
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