O professor Laurício Neumann, da Escola de Formação, Fé, Política e Trabalho, da Diocese de Caxias do Sul-RS, elaborou uma rica reflexão sobre a crise mundial, sob o titulo “Para entender a crise mundial do capitalismo”. Selecionei alguns trechos do artigo.Pra começar, a opinião do Prof. Carlos Lessa.
“Carlos Lessa, economista e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), considerando os altos e baixos do cenário econômico norte-americano, que deixou o mundo em alerta, se pergunta: “Será que o capitalismo chegou ao fim?”. Ele responde: “Não”, pois o capitalismo tem “recursos para minimizar a crise”. Porém, com tanta turbulência, aponta Lessa, o capitalismo vai “negar a sua ideologia de livre mercado, porque sofrerá uma intervenção do Estado para superar essa crise”. Ainda não há como medir os estragos dessa tensão, mas uma coisa é certa: “O Brasil já foi atingido”, garante Lessa, que justifica: “A bolsa de valores caiu violentamente, o real se desvalorizou, a taxa de câmbio subiu, e as empresas brasileiras que têm empréstimos no exterior estão com muitas dificuldades de renová-los”. Segundo o economista, esses indicativos já estão comprometendo a economia brasileira de 2009, e, se medidas não forem tomadas, os brasileiros correm o risco de assistir a “uma bolha interna”. Quanto ao futuro, Lessa faz o seguinte prognóstico: “Duvido que seja possível manter o crescimento explosivo de vendas a crédito às famílias brasileiras. Elas se endividaram de maneira assustadora nos últimos dois anos, e agora, como vão segurar o pagamento de suas prestações com os juros subindo? O momento é cauteloso e o Brasil deve desenvolver políticas de controle de câmbio e de regulação das exportações”.
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