Em julho de 1867, Marx escreve o prefácio da 1ª edição alemã do primeiro volume de “O Capital. No primeiro parágrafo, informa que a obra é continuação do “Para Critica da Economia Política”, de 1859, e que a culpa pelo longo intervalo entre começo e continuação foi uma doença de muitos anos que, repetidamente, interrompeu o trabalho. Marx critica a situação social da Alemanha e do resto da Europa Ocidental quando comparada com a inglesa. Selecionei um trecho onde ele registra a esperança de que o “processo revolucionário palpável “ da Inglaterra irá repercutir no continente:
“Assim como a guerra da independência americana do século XVIII repercutiu na classe média europeia, a guerra civil americana do século XIX repercutiu na classe operária europeia. Na Inglaterra, o processo revolucionário é palpável. Num certo ponto culminante irá repercutir no continente em formas mais brutais ou mais humanas, segundo o grau de desenvolvimento da própria classe operária. Sem considerar motivos mais elevados, o interesse próprio das classes agora dominantes impõe a remoção de todos os obstáculos legalmente controláveis que entravem o desenvolvimento da classe operária. Por isso, reservei um lugar tão circunstanciado neste volume, entre outras coisas, à história, ao conteúdo e aos resultados da legislação fabril inglesa. Uma nação deve e pode aprender com outra. Mesmo quando uma sociedade chega a descobrir a pista da lei natural do seu movimento — e o fim último desta obra é desvendar a lei econômica do movimento da sociedade moderna —, ela não pode nem saltar por cima nem pôr de lado por decreto fases de desenvolvimento conformes à natureza. Mas pode encurtar e atenuar as dores do parto.”
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