O site mundodosfilosofos.com.br/marx.htm relata os cuidados maternais quando o jovem Karl está em Bonn, estudando direito. Escreve mamãe Enriqueta:"Você não deve considerar de modo algum uma fraqueza feminina, se eu agora estiver curiosa para saber como tem administrado sua vida doméstica, se a economia representa também algum papel, o que é uma necessidade inevitável tanto para grandes como para pequenas casas. Permito-me assim observar, querido Karl, que você nunca deve considerar limpeza e ordem coisas secundárias, pois disso depende a saúde e o bem-estar. Observe rigorosamente que seu quarto seja lavado. E lave-se você também, querido Karl, semanalmente com esponja e sabonete." Essa advertência certamente não é sem fundamento, pois as condições sob as quais Marx conduz seus estudos são tudo menos ordeiras: ingressa em uma corporação e, se as notícias sobre isso procedem, é ferido em um duelo. É encarcerado por "perturbar a ordem com alarido noturno e bebedeira". É indiciado por "porte ilegal de arma". Acumula dívida sobre dívida.
domingo, 28 de novembro de 2010
O Poeta Marx parte 2
Já postamos aqui poesia do jovem Marx para sua paixão Jenny, a futura e sofrida esposa.
O site mundodosfilosofos.com.br/Marx.htm faz referencia a alguns títulos de poemas altamente líricos: "Canto dos elfos", "Canto dos gnomos" ou "Canto das sereias", segundo o texto “fúteis cantilenas mitológicas”
E reproduz algumas estrofes da triste “Tragédia do Destino”:
"A menina está ali tão reservada,
tão silente e pálida;
a alma, como um anjo delicada,
está turva e abatida...
Tão suave, tão fiel ela era,
devotada ao céu,
da inocência imagem pura,
que a Graça teceu.
Aí chega um nobre senhor
sobre portentoso cavalo,
nos olhos um mar de amor
e flechas de fogo.
Feriu-a no peito tão fundo;
mas ele tem de partir,
em gritos de guerra bramando:
nada o pode impedir".
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Marx era realmente marxista
Na “comemoração” do centenário da morte de Marx, em 1983, a Federação Anarquista da França publicou uma edição especial da revista Cultural e Literária de Expressão Anarquista LA RUE. Com o titulo acima, Michel Ragon ensaia uma venenosa biografia do alemão. Denuncia, inclusive, que Marx teria engravidado a empregada que era “propriedade” da família desde os 8 anos e que jamais reconhecerá o filho bastardo. Mas, o trecho mais provocante do artigo é o último parágrafo, quando profetiza a morte do marxismo:
“O marxismo morrerá com a sociedade industrial e comercial que o fez nascer e da qual é a expressão analítica, assim como morreram o saint-simonismo e o positivismo. Não são esses os três avatares da sociedade burguesa do século XIX ? O mito cientificista dirigido para a produção acelerada, que vai dos politécnicos saint-simonianos aos tecnocratas marxistas, resultou na criação de duas formas de sociedades que se dizem antagonistas e se fundam, realmente, sobre os mesmos critérios. São elas: sociedades capitalistas e sociedades marxistas.”
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
O Caminho para o Leninismo.
Em abril de 1960, na comemoração dos 90 anos de nascimento de Lênin, Ho Chi Minh conta a sua iniciação no Leninismo, em texto de ingenuidade comovente – ““O Caminho que me levou ao Leninismo”.
Seguem os 3 parágrafos iniciais. Para ler a íntegra, em português, acesse www.marxists.org/portugues/ho_chi_minh/1960/04/leninismo.htm
“Após a Primeira Guerra Mundial, eu levava minha vida em Paris, ora como retocador de fotografias, ora como pintor de “antiguidades chinesas” (feitas na França). Também distribuía panfletos denunciando os crimes cometidos pelos colonizadores franceses no Vietnã.
Naquele tempo, eu apoiava a Revolução de Outubro apenas por intuição, não tendo em mente ainda toda sua importância histórica. Eu amava e admirava Lênin porque ele era um grande patriota que libertara seus compatriotas; até então, eu não havia lido nenhum de seus livros.
A razão para eu ter me unido ao Partido Socialista Francês foi porque essas “damas e cavalheiros” – como eu chamava meus camaradas na época – demonstraram sua simpatia por mim, pela luta dos povos oprimidos. Mas eu não entendia o que era um partido, um sindicato, nem mesmo socialismo ou comunismo.”
quarta-feira, 24 de novembro de 2010
"A religião é o suspiro da criatura oprimida."
Buscar identidades entre comunismo e cristianismo é tema recorrente. A primeira vez que testemunhei uma defesa ardorosa de que a cristianismo seria um precursor do comunismo foi em minha primeira visita a Salvador, na flor de meus 16 anos. A tese era de um comuna velho – confesso que não guardei o nome – que morava na Avenida Sete, junto ao Campo Grande. Nos anos seguintes, li alguns artigos que ensaiavam esse malabarismo. Navegando no conflittiestrategie.splinder.com deparei com um texto interessante que retoma o texto e resolvi traduzir, com o meu precaríssimo italiano, os dois parágrafos iniciais. Para quem se interessar de ler a íntegra, em italiano, segue o endereço no final do texto abaixo.
“O comunismo e o cristianismo (pelo menos na primeira fase do "cristianismo primitivo"), foram ambos movimentos das classes mais baixas. Em certo sentido, pode-se dizer que a religião em si é mais uma característica das classes mais baixas. "A religião é o suspiro da criatura oprimida", na visão crítica de Marx (uma crítica que, em termos hegelianos, é superação e não negação) consistia em transformar esse suspiro em uma atitude social através da adoção de instrumentos políticos e teóricos ajustados ao escopo.
No entanto, existem profundas diferenças entre o comunismo marxista e o cristianismo. O marxismo é fortemente orientado para o conhecimento da realidade histórica e social, enquanto o cristianismo, no nível cognitivo, marca uma regressão, mesmo se comparado com as filosofias dominantes no momento em que surgiu - o estoicismo e o epicurismo - tendo prevalecido nas necessidades subjetivas, o que provocou uma fratura entre o ser e mundo.”
Para ler a íntegra do texto, em italiano, acesse http://conflittiestrategie.splinder.com/post/23637655#more-23637655
terça-feira, 23 de novembro de 2010
A morte necessária
Um texto, com aparente toque de ingenuidade no site italiano conflitiestrategie.splinder.com – para onde migrou o “ripensare marx – dedicado a uma reflexão sobre comunismo versus cristianismo encerra com uma frase que merece uma reflexão:
“L'ideale comunista ha consumato la sua funzione storica, perché da esso possano nascere altri ideali bisogna che muoia definitivamente.”
Minha tradução “livre”:
“O ideal comunista consumou o seu papel histórico. Sua morte é conditio sine qua para que outros ideais possam nascer.”
Amanhã Parte 2
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
O "Juízo Final" de Astrojildo Pereira
Conheci Astrojildo Pereira no meu tempo de Partidão. Fundador do PCB e seu 1º Secretário Geral era um figuraço. O texto a seguir é a parte final de uma de suas “Crônicas Subversivas”, escrito em 29 de junho de 1918, nos “finalmentes” da 1ª Guerra.
“Porque eu espero que o juízo final chegue também por cá, por estes Brasis amados. Ah! não me sai da mente esta luminosa idéia: subir as escadas do Catete e pegar pela gola o patife que lá estiver a presidir e arremessá-lo das janelas do segundo andar, a esborrachar-se integralmente no asfalto...”
Esquerda X Direita. Como o eleitor identifica o político?
O eleitor médio tem grande dificuldade em classificar um político como esquerda ou direita. Me recordo de uma pesquisa quali conduzida, salvo engano, pela Vera Aldrighi logo após a mega votação do Doutor Enéas. Os grupos integrados por eleitores do Enéas o classificavam, em sua maioria esmagadora, como “de esquerda”.
Em fevereiro de 2008, o IPSOS, então dirigido pelo Alberto Carlos Almeida, pediu aos entrevistados que classificassem os políticos em Direita, Esquerda e Centro. Vejam os percentuais, nessa ordem:
Lula ................20,1%, 28,9% e 12,2%
Alckmim.......... 31,0%,12,5% e 15,4%
Heloisa Helena 9,3%, 31,5% e 16,3 %
Aécio.............. 17,4%, 14,9% e 16,1%
Serra............... 25,4%, 14,4% e 17,1%
terça-feira, 16 de novembro de 2010
Democracia hoje. O conceito de Touraine.
O tema inesgotável “ o que é democracia, hoje?” recebeu uma boa contribuição do sociólogo Alain Touraine, na flor de seus 85 anos, em entrevista a O Globo, em 15/11/10.
“Ninguém sabe o que significa democracia hoje, cada um tem a sua definição. Para mim, democracia é ampliar o acesso a todos os serviços e bens básicos, como educação e saúde, entre outras coisas. É possível reconstruir uma sociedade baseada em termos não sociais universais, tais como ecologia e direitos individuais. Sou um grande defensor da ideia de universalização. É fundamental reconhecer e garantir valores universais como, por exemplo, a liberdade religiosa. Recriar formas de vida coletiva e privada baseadas em princípios universais.”
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
A Teoria Marxista é "Finita".
Texto de Louis Althusser redigido em fins de 1977, foi publicado originariamente no jornal Il Manifesto, em 4 de abril de 1978.
“ Eu creio que a teoria marxista é "finita", limitada: que ela é limitada à análise do modo de produção capitalista, e de sua tendência contraditória, que abre a possibilidade da passagem para a abolição do capitalismo e sua substituição por "outra coisa", que se delineia já "como um vazio" e positivamente, na sociedade capitalista. Dizer que a teoria marxista é "finita" significa sustentar a idéia essencial de que a teoria marxista é totalmente distinta de uma filosofia da história, que pretenda "englobar" todo o devenir da humanidade pensando-o efetivamente, e que seria, portanto, capaz de definir, antecipadamente e de modo positivo, o seu fim: o comunismo. A teoria marxista (se deixa de lado a tentação de uma filosofia da história, à qual o próprio Marx às vezes cedeu, e que dominou de modo esmagador a Segunda Internacional e o período stalinista) está inscrita na fase atual existente, e é limitada a ela: a fase da exploração capitalista. Tudo que ela pode dizer do futuro é o prolongamento alusivo e em negativo da possibilidade objetiva de uma tendência atual, a tendência ao comunismo, que pode ser observada em toda uma série de fenômenos da sociedade capitalista (da socialização da produção às formas sociais "intersticiais"). É preciso observar que é a partir da sociedade atual que pode ser pensada a transição (ditadura do proletariado, sob a condição de não se desvirtuar instrumentalmente esta expressão) e a extinção ulterior do Estado. Tudo o que se diz sobre a transição só pode ser uma indicação induzida por uma tendência atual que, como toda tendência em Marx, é contraposta a outras tendências e só pode se realizar por meio de uma luta política. Porém, esta realidade não pode ser prevista já na sua forma positiva determinada: é apenas no curso da luta que as formas positivas podem aparecer à luz do dia, se descobrir, se tornar realidade.
Conseqüentemente, a idéia de que a teoria marxista é "finita" exclui totalmente a idéia de que ela seja uma teoria "fechada". Fechada é a filosofia da história, na qual está antecipadamente contido todo o curso da história. Somente uma teoria "finita" pode ser realmente "aberta" às tendências contraditórias que descobre na sociedade capitalista, e aberta ao seu devenir aleatório, aberta às imprevisíveis "surpresas" que sempre marcaram a história do movimento operário; aberta, portanto atenta, capaz de levar a sério e assumir em tempo a incorrigível imaginação da história.
Creio, assim, que devemos recusar completamente a idéia, que se encontra ainda em certas expressões de Lenin, e também de Gramsci, de que a teoria marxista é uma teoria "total", similar a uma filosofia da história que culmina em uma prática do Saber absoluto, e capaz de pensar problemas que "não estão na ordem do dia", antecipando arbitrariamente as condições de sua solução. Se a teoria marxista é verdadeiramente "finita", é a partir da profunda consciência de sua finitude que é possível colocar a maior parte dos nossos grandes problemas.
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Carta de Prestes aos comunistas
Em março de 1980, Prestes decide romper com a direção do PCB e escreve uma longa e exaustiva Carta de rompimento. O último parágrafo resume bem o bla-bla-bla do velho capitão:
“Companheiros e amigos!
Esta carta constitui como que a reafirmação da confiança que tenho nos comunistas e na classe operária, na sua capacidade de reflexão sobre a grave situação que atravessa o PCB. Chegou o momento em que é indispensável que os comunistas rompam com a passividade e tomem os destinos do PCB em suas mãos, rebelando-se contra as arbitrariedades e os métodos mandonistas de direção, e tratando de eleger, em todos os níveis partidários, direções que realmente sejam a expressão democrática da maioria dos comunistas. Penso ter evidenciado o quanto tem de excepcional a situação que me levou a formular este apelo a todos os comunistas para iniciar um processo de mudanças radicais que deverá ser coroado com a discussão e aprovação democráticas de uma orientação verdadeiramente revolucionária e a eleição também democrática de um novo tipo de direção à altura desta nova orientação.
Rio de Janeiro, março de 1980.
Luiz Carlos Prestes”
A notícia de uma morte não confirmada
Em 18 de maio de 1883, domingo, o jornal “O Protesto Operário” – órgão do Partido Operário Socialista, de Portugal – publica a notícia, não confirmada, da morte de Marx.
(Transcrição segundo a ortografia da época)
Um tellegrama de Paris anuncia o fallecimento do grande pensador socialista Karl Marx. Permittam-nos a agencia Havas e os jornaes burguezes que publicam a noticia, que duvidemos da veracidade do facto, não por que o achemos extranho, mas por que o não podemos acreditar sem comunicação official. Sabemos a avidez com que os repporters inventam noticias de sensação, e esta é uma d´aquellas que nos allucina, que nos confunde, só ao pensar na perda do Mestre. Além d´isso sabemos que Marx habitava ultimamente Londres e não tivemos noticia da sua partida para Paris.
A ser verdadeira aquella participação, o socialismo universal, a sciencia, a humanidade, terão a lamentar o desapparecimento da intelligencia mais potente da civilisição moderna. Não é preciso que só nós o digamos; dil-o um jornal burguez nas seguintes phrazes que transcrevemos:
«Era, por ventura, o primeiro vulto do socialismo, e, sem duvida, uma das mais notaveis intelligencias do seculo. O seu livro «O Capital», pela profundeza de vistas, pelo rigor penetrantissimo do raciocínio, pela vastidão do seu plano admiravelmente cumprido, é uma obra suprema, é o mais luminoso dos trabalhos que em materia economica se tem feito.
Foi tambem importantissimo o papel de Karl Marx como homem de acção, como instigador secreto do movimento socialista».
Esperamos anciosos por informações fidedignas.
O papel da Ciência e dos cientistas
Paul Lafargue, casado com Laura, filha de Marx, relata em “Recordações Pessoais sobre Karl Marx” que viu o sogro pela primeira vez em fevereiro de 1865 e o achou profundamente debilitado. Na época, ele trabalhava no volume I de O Capital. Paul dedica parte do texto a expor a relação de Marx com a ciência e o papel dos cientistas:
“Marx é um desses raros seres que ocupam, ao mesmo tempo, o primeiro plano na ciência e na vida pública. De tal maneira ele exercia essas duas atividades, que era difícil saber o que se projetava em primeiro lugar: se o homem de ciência ou o lutador socialista. Considerando que toda a ciência deve ser cultivada por si mesma e que nas investigações científicas jamais se deve temer as conclusões a que se pode chegar, ele era da opinião de que, se o homem de ciência não quiser ocupar um plano secundário, deve participar incessante e ativamente da vida pública, sem fazer do seu gabinete de trabalho ou do seu laboratório um esconderijo, antes se atirando às lutas sociais e políticas de sua época.”
“A ciência não deve significar apenas um prazer egoístico”, dizia Marx. “Os que têm a oportunidade de se consagrar aos estudos científicos deverão ser os primeiros a pôr seus conhecimentos a serviço da humanidade.” Uma de suas frases favoritas era: “Trabalhar pela humanidade”.
Um jovem poeta apaixonado
O jovem Marx apaixonado pela namorada Jenny declara, em versos, que poderia preencher milhares de volumes escrevendo apenas Jenny, em cada linha. E encerra proclamando que “Amor é Jenny, Jenny é o nome do amor”. Veja a tradução para o ingles.
See! I could a thousand volumes fill,
Writing only “Jenny” in each line,
Still they would a world of thought conceal,
Deed eternal and unchanging Will,
Verses sweet that yearning gently still,
All the glow and all the ether’s shine,
Anguished sorrow’s pain and joy divine,
All of Life and Knowledge that is mine.
I can read it in the stars up younger,
From the Zephyr it comes back to me,
From the being of the wild waves’ thunder.
Truly, I would write it down as a refrain,
For the coming centuries to see —
LOVE IS JENNY, JENNY IS LOVE’s NAME.
Writing only “Jenny” in each line,
Still they would a world of thought conceal,
Deed eternal and unchanging Will,
Verses sweet that yearning gently still,
All the glow and all the ether’s shine,
Anguished sorrow’s pain and joy divine,
All of Life and Knowledge that is mine.
I can read it in the stars up younger,
From the Zephyr it comes back to me,
From the being of the wild waves’ thunder.
Truly, I would write it down as a refrain,
For the coming centuries to see —
LOVE IS JENNY, JENNY IS LOVE’s NAME.
O poeta Marx
A produção poética de Marx está concentrada em duas figuras inspiradoras, seu pai (12 poemas) e Jenny von Westphalen, sua mulher ( 53 poemas). O período “produtivo” teria sido 1836/37, na flor de seus 18/19 anos. Sua filha Laura Lafargue teve acesso aos manuscritos após a morte do pai e encontrou a dedicatória “Para minha querida e sempre amada Jenny von Westphalen”. Alguns versos seus foram encontrados em caderno de Sophie, sua irmã mais velha.
A seguir um dos poemas dedicado a Jenny, traduzido para o inglês (não me arrisco a traduzir poemas).
THE FIDDLER
The Fiddler saws the strings,
His light brown hair he tosses and flings.
He carries a sabre at his side,
He wears a pleated habit wide.
"Fiddler, why that frantic sound?
Why do you gaze so wildly round?
Why leaps your blood, like the surging sea?
What drives your bow so desperately?"
"Why do I fiddle? Or the wild waves roar?
That they might pound the rocky shore,
That eye be blinded, that bosom swell,
That Soul’s cry carry down to Hell."
"Fiddler, with scorn you rend your heart.
A radiant God lent you your art,
To dazzle with waves of melody,
To soar to the star-dance in the sky."
"How so! I plunge, plunge wihout fail
My blood-black sabre into your soul.
That art God neither wants nor wists,
It leaps to the brain from Hell’s black mists.
"Till heart’s bewitched, till senses reel:
With Satan I have struck my deal.
He chalks the signs, beats time for me,
I play the death march fast and free.
"I must play dark, I must play light,
Till bowstrings break my heart outright."
The Fiddler saws the strings,
His light brown hair he tosses and flings.
He carries a sabre at his side,
He wears a pleated habit wide.
The Fiddler saws the strings,
His light brown hair he tosses and flings.
He carries a sabre at his side,
He wears a pleated habit wide.
"Fiddler, why that frantic sound?
Why do you gaze so wildly round?
Why leaps your blood, like the surging sea?
What drives your bow so desperately?"
"Why do I fiddle? Or the wild waves roar?
That they might pound the rocky shore,
That eye be blinded, that bosom swell,
That Soul’s cry carry down to Hell."
"Fiddler, with scorn you rend your heart.
A radiant God lent you your art,
To dazzle with waves of melody,
To soar to the star-dance in the sky."
"How so! I plunge, plunge wihout fail
My blood-black sabre into your soul.
That art God neither wants nor wists,
It leaps to the brain from Hell’s black mists.
"Till heart’s bewitched, till senses reel:
With Satan I have struck my deal.
He chalks the signs, beats time for me,
I play the death march fast and free.
"I must play dark, I must play light,
Till bowstrings break my heart outright."
The Fiddler saws the strings,
His light brown hair he tosses and flings.
He carries a sabre at his side,
He wears a pleated habit wide.
From the Book of Love (Part I)
sábado, 6 de novembro de 2010
Babeuf. "O primeiro comunista ativista".
Fui apresentado a Gracchus Babeuf pelo deputado Alessandro Molon em seu livro
“Graco Babeuf. O Pioneiro do Socialismo Moderno” publicado pela editora UERJ, em 2002.
Marx considerava Babeuf o “primeiro comunista ativista” e a Conjuração do Iguais o "primeiro partido comunista". Para Rosa de Luxemburgo, Babeuf é "o primeiro precursor dos levantes revolucionários do proletariado".
Para conhecer um pouco mais de Babeuf, vale a leitura do livro do deputado Molon – recém eleito o deputado federal mais do votado do PT no RJ. Para estimular a leitura segue uma minibiografia do revolucionário, transcrita do site marxists.org
"Quando o governo viola os direitos do povo, a insurreição é, para o povo e para cada porção do povo, o mais sagrado dos direitos e o mais indispensável dos deveres." Gracchus Babeuf
François Noël Babeuf, conhecido como Gracchus Babeuf nasceu em Saint-Quentin, Picardia em 23 de novembro de 1760 foi sucessivamente servo doméstico, artesão, pedreiro e depois encarregado dos registros (contabilidade) de uma propriedade senhorial.
Publica em 1790 “O Cadastro Perpétuo”, em que defende as reivindicações de igualdade radical do povo de Paris. Várias vezes preso e solto por causa de suas posições. Fez-se chamar Gracchus em referência a dois irmãos romanos que militaram a favor da reforma agrária e foram assassinados (133 e 121 antes de Cristo).
Funda em 1794 o jornal “A Tribuna do Povo” e cria em 1795 a Sociedade dos Iguais com Buonarroti. Face ao aumento da reação “thermidoriana”, essa sociedade reivindica a aplicação da constituição de 1793, que adicionou emendas à de 1789. As emendas em questão são sobretudo concessões às reivindicações populares: direito à educação, à assistência pública.
Preso em 1796, Babeuf é executado em maio de 1797, após uma tentativa de suicídio.
Conheça a íntegra do Manifesto dos Iguais em:
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Imposto de Renda Progressivo e o Manifesto
Os acertos finais do “Manifesto” foram feitos em janeiro de 1848. É certo que suas teses não produziram nenhum efeito significativo nos tempos revolucionários que se seguiram, mas é incontestável que, além de captar a “alma” daquele momento, ele avançou no tempo. Vale relembrar a análise de Paul Strathern em sua “Breve História da Economia”(Jorge Zahar Editores).
“….Marx de fato propõe uma lista de reformas no Manifesto. Há algumas, como o imposto de renda progressivo, a abolição do trabalho infantil em fábricas e a educação gratuita para todas as crianças, que hoje aceitamos como norma. Outras, como a abolição da propriedade privada e o estabelecimento de um monopólio estatal em áreas como atividades bancárias, comunicações, transportes e todas as formas de produção, foram tentadas – e fracassaram, em geral de maneira catastrófica.”
Assinar:
Postagens (Atom)