Uma parcela ponderável dos
estudiosos da obra de Marx insiste em identificar dois “Marxs” : o hegeliano da
juventude e o da maturidade, que teria “abandonado” a filosofia de seu
inspirador. Seguem dois trechos do primeiro fascículo de “Para a Crítica da
Economia Política”, de 1859, com o filósofo de Trier no auge de seus 41 anos. A
conclusão fica por conta dos leitores.....
“O que distinguia o modo de pensar
de Hegel de todos os outros filósofos era o enorme sentido histórico que lhe
estava subjacente. Por abstrata e idealista que fosse a forma, o
desenvolvimento do seu pensamento não deixava de ir sempre em paralelo com o
desenvolvimento da história universal, e esta última, propriamente, não deverá
ser senão a prova do primeiro.”
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“Foi ele o primeiro a procurar
mostrar um desenvolvimento, um encadeamento interno, na história e, por
estranha que agora muita coisa na sua filosofia da história nos possa parecer,
a grandiosidade da própria visão fundamental é ainda hoje digna de admiração,
quando se lhe comparam os seus predecessores ou mesmo aqueles que depois dele
se permitiram reflexões universais sobre a história. Na Fenomenologia, na
Estética, na História da Filosofia, por toda a parte perpassa esta
grandiosa concepção da história e, por toda a parte, a matéria é tratada
historicamente, numa conexão determinada, ainda que também abstratamente
distorcida, com a história.”
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