Mais uma vez, Delfim Netto, faz um
registro criativo sobre o sufrágio universal. Segue trecho de sua coluna
semanal no Valor Econômico, hoje, 10 de março de 2015. Antes da leitura, vale
uma rápida definição de “assintoticamente” ou “assimptoticamente”: se refere a uma aproximação até a infinidade,
sem no entanto atingir determinado limite. Bem Delfim!!
“Depois de uma seleção quase natural,
que dura pelo menos há 150 mil anos, os homens não encontraram, ainda, uma organização
social que maximize, ao mesmo tempo, a liberdade individual, a igualdade e a eficiência
produtiva que lhes permitiria gozarem plenamente as duas primeiras.
Desde o começo do século XVIII,
ficou claro que elas só poderiam ser acessadas assintoticamente. Tratava-se de
um jogo entre a eficiência da organização da economia pelos “mercados” ( que
ignoram a igualdade e aceitam a liberdade) e a diabólica invenção do sufrágio
universal (a “urna”), gestada pela pressão da organização dos trabalhadores,
que insiste na igualdade, mesmo a custa de alguma redução no aumento da eficiência.”
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