sexta-feira, 10 de maio de 2013

O literato Marx.


Selecionei um trecho do livro “Marxismo e Crítica Literária ( Editora Afrontamento, Porto, 1978) – onde o inglês Terry Eagleton afirma que “a arte e a literatura faziam parte do próprio ar que Marx respirava”. Já postei aqui algumas das poesias de Marx dedicadas à sua paixão de toda a vida, Jenny Von Westphallen, que reforçam a tese de Eagleton.

“A arte e a literatura faziam parte do próprio ar que Marx respirava, como intelectual alemão fantasticamente culto dentro da grande tradição clássica da sua sociedade. Os seus conhecimentos de literatura, de Sófocles ao romance espanhol, de Lucrécio à ficção inglesa de cordel, eram de uma amplitude desconcertante; o círculo operário alemão que fundou em Bruxelas dedicava uma noite todas as semanas à discussão das artes, e o próprio Marx era um frequentador inveterado dos teatros, declamador de poesia, devorador de toda a espécie de arte literária, da prosa augustana às baladas industriais. Numa carta à Engels, descreveu as suas próprias obras como formando um “todo artístico” e era escrupulosamente sensível às questões de estilo literário, a começar pelos seus primeiros trabalhos jornalísticos, que defendiam a liberdade de expressão artística. Para além disso, pode detectar-se o peso de conceitos estéticos por detrás de algumas das categorias mais centrais do pensamento econômico que utiliza na sua obra da maturidade.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário