Em 1980, a editora da Universidade da Carolina do
Norte publica o livro de Michael Taussig
“ The Devil and Commodity Fetishism in South America”. Em 2010, a
editora UNESP comemora os 30 anos da edição e lança a tradução de Priscila
Santos da Costa. Estou iniciando a leitura da obra em que Taussig relata sua
vivência com camponeses colombianos e estudos antropológicos com mineiros de
estanho da Bolívia. Selecionei 3 passagens provocativas:
“Se o fetichismo da mercadoria pode ser
interpretado como o que transforma pessoas em coisas e coisas em pessoas, então
talvez seja possível – ne medida em que nos olhamos como estranhos – livrar-nos
da alienação em um novo mundo, no qual os poderes fantásticos do fetichismo
tornam-se liberadores e até o diabo deve emendar-se.”
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“O
conceito de fetichismo da mercadoria, desenvolvido por Karl Marx em O Capital, é fundamental para minha desconstrução
do espírito maligno nas relações de produção capitalista. A fetichização do mal
na figura do diabo é uma imagem mediadora do conflito entre os modos
pré-capitalistas e capitalistas de objetivar a condição humana.”
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“Ao
explorar as diferentes conotações metafísicas e ontológicas próprias a cada um
desses domínios ( valor de uso e valor de troca) seremos levados, sem dúvida, a
contrastar o misticismo popular pré-capitalista com a forma de mistificação
capitalista que Marx, sarcástico, rotulou de fetichismo da mercadoria.”
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