sábado, 7 de janeiro de 2012

Marx. Um economista clássico. Parte 1

Um interessante texto da professora Elivan Rosas Ribeiro, classifica Marx como um economista clássico, ao lado de Ricardo, Say, Malthus e Mill. Embora destaque que o velho Karl “não somente ataca a burguesia como incita os trabalhadores à luta, tanto a nível reivindicativo sindical, corno a nível político, pela tomada do poder”, a professora ressalta que “vistas as coisas apenas pela sua teoria econômica, Marx permaneceu nos marcos da corrente clássica.” Selecionei um trecho estimulante.
“Se é legítimo isolar a obra econômica de Marx de suas obras  e política, neste caso pode-­se afirmar que Marx, enquanto economista foi um clássico, produzìndo a melhor síntese desta corrente de pensamento econômico.
Em primeiro lugar ressalte-se o período temporal do essencial da obra dos autores que se convencionou agrupar sob a designação de Escola Clássica. Adam Smith (1723­/1790); Jean Baptiste Say (1767­/1832); Thomas Robert Malthus (1766/­1834); David Ricardo (1772­/1823); John Stuart Mill (1806/1873). Marx viveu entre 1818 e 1883.
Este período coincide com o desenvolvimento do mercado e a desagregação da economia feudal e inclui a revolução industrial . Neste contexto ganha terreno uma nova classe burguesa, que procura ter uma participação política compatível com a sua importância econômica, e o seu antípoda, a classe operária. Um conjunto de novos filósofos, modernos, interpreta o mundo à luz da nova tendência, que é a tendência para a liberdade individual nascida em contraposição às regras que vigoravam no feudalismo. Os clássicos da economia, defendem uma nova ordem econômica baseada na centralidade dos seus principais protagonistas. As forças do trabalho estão na primeira linha de preocupação de autores como Smith, Ricardo, Malthus, Mill. É neste caldo que se desenvolve também, a idéia da democracia burguesa, já anteriormente presente no pensamento iluminista .
Face à filosofia e à política, parece clara a ruptura entre o pensamento de Marx e o dos clássicos. Ele não defende, ao contrario acusa o regime burguês pela miséria crescente da classe operária inglesa e por todas as mazelas sociais da época subsequente à da revolução industrial.
Marx não somente ataca a burguesia como incita os trabalhadores à luta, tanto a nível reivindicativo sindical, corno a nível político, pela tomada do poder. Entretanto, vistas as coisas apenas pela sua teoria econômica, Marx permaneceu nos marcos da corrente clássica, resguardando os seus principais pressupostos, tais como, uma abordagem macroeconômica; uma teoria do valor associado ao trabalho; explicação do todo econômico a partir da esfera da produção; a visão da acumulação e da repartição como uma decorrência de ajustamentos de oferta e demanda; a tentativa de encontrar uma explicação para as situações de desequilíbrios próprios ao sistema.”

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