quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Trotsky. A visão crítica do Manifesto. Parte 5


Em outubro de 1937, Trotsky escreve o prefácio da edição Sul-Africana do Manifesto de 1848 e faz uma serena e sensata revisão critica de partes do Manifesto. Neste 5º trecho selecionado, ele reforça o equívoco, já registrado pelos autores em 1872 e afirma que “Em nossos dias não pode haver programa revolucionário sem sovietes e sem poder operário”. A pergunta que não quer calar: onde estão, em 2011, os sovietes? Nem em Cuba, quem sabe, na Venezuela.......


“5. O Manifesto, escrito para uma época revolucionária, contém, no final do segundo capítulo, dez reivindicações que respondem ao período da imediata transição do capitalismo ao socialismo. No prefácio de 1872, Marx e Engels mostraram que essas reivindicações se encontravam parcialmente superadas e que, de qualquer modo, não tinham mais que um significado secundário. Os reformistas se apoderaram desta avaliação para interpretá-la no sentido que, para eles, as palavras-de-ordem revolucionárias transitórias davam definitivamente lugar ao "programa mínimo" da social-democracia que, como sabemos não ultrapassava os limites da democracia burguesa.
Na verdade, os autores do Manifesto indicaram de modo preciso a principal correção a ser feita em seu programa transitório: "Não basta que a classe operária se utilize da máquina estatal para colocá-la a serviço de seus próprios fins. "A correção era contra o fetichismo a respeito da democracia burguesa. Ao Estado burguês, Marx opôs, mais tarde, o Estado do tipo da Comuna. Este "tipo" tomou, em seguida, a forma muito mais precisa de sovietes. Em nossos dias não pode haver programa revolucionário sem sovietes e sem poder operário. Quanto ao mais isto é, às dez reivindicações do Manifesto que na época da pacífica atividade parlamentar, pareceram "caducar", é preciso que se diga que recobraram, hoje, todo seu verdadeiro significado. O que caducou inapelavelmente foi o "programa mínimo" social-democrata.

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