sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Babeuf e o "Manifesto dos Iguais"


Marx considerava Babeuf o “primeiro comunista ativista” e a Conjuração do Iguais o "primeiro partido comunista". Para Rosa de Luxemburgo, Babeuf é "o primeiro precursor dos levantes revolucionários do proletariado".
François Noël Babeuf, conhecido como Gracchus Babeuf nasceu em Saint-Quentin, Picardia em 23 de novembro de 1760 foi sucessivamente servo doméstico, artesão, pedreiro e depois encarregado dos registros (contabilidade) de uma propriedade senhorial.
Seu “Manifesto dos Iguais” de 1796 tem o mesmo “clima” que envolve o Manifesto Comunista, de 1848. Veja esses dois trechos:


“Povo da França!

Chegou a hora das grandes decisões. O mal encontra-se no seu ponto culminante, está a cobrir toda a face da terra. O caos, sob o nome de política, há já demasiados séculos que reina sobre ela. Que tudo volte, pois, a entrar na ordem exata e que cada coisa torne a ocupar o seu posto. Ao grito de igualdade, os elementos da justiça e da felicidade estão a organizar-se. Chegou o momento de fundar a República dos Iguais, este grande refúgio aberto a todos os homens. Chegaram os dias da restituição geral. Famílias sacrificadas, vinde todas sentar-vos à mesa comum posta para todos os vossos filhos.”
“Povo da França!
Os hábitos inveterados, os antigos preconceitos, farão novamente tudo para impedir a implantação da República dos Iguais. A organização da igualdade efetiva, a única que satisfaz todas as necessidades sem provocar vítimas, sem custar sacrifícios, talvez em princípio não agrade a todos. Os egoístas, os ambiciosos, rugirão de raiva. Os que conquistaram injustamente as suas possessões dirão que está a cometer-se uma injustiça em relação a eles. Os prazeres individuais, os prazeres solitários, as comodidades pessoais, serão motivo de grande pesar para os indivíduos que sempre se caracterizaram pela sua indiferença ante os sofrimentos do próximo. Os amantes do poder absoluto, os miseráveis partidários da autoridade arbitrária, baixarão pesarosos as suas soberbas cabeças perante o nível da igualdade real. A sua visão estreita dificilmente penetrará no próximo futuro da felicidade comum. Mas que podem fazer alguns milhares de descontentes contra uma massa de homens completamente satisfeitos de terem procurado durante tanto tempo uma felicidade que sempre tiveram à mão?”

2 comentários:

  1. Ontem conheci o blog da Thereza e através dele cheguei até aqui. Parabéns pelos textos, já li alguns mas volto para ler o restante.
    Um abraço!

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  2. Eduardo,
    tenho recebido visitantes a partir de seu criativo site. Valeu!'
    abs
    elysio

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