quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Trotsky e os noventa anos do Manifesto


Em outubro de 1937, Trotsky escreve o prefácio da edição Sul-Africana do Manifesto de 1848 e registra os temas ainda atuais do Manifesto. Selecionei um trecho da abertura e o item 4 das teses do Manifesto que Trotsky julgava que “conservam integralmente sua força”. Alguém, além dos remanescentes da Polop, endossa o item 4?
“No prefácio à edição de 1872, Marx e Engels afirmaram que, mesmo tendo certos trechos secundários do Manifesto envelhecido, não tinham o direito de modificar o texto original, visto que, no decorrer dos vinte e cinco anos então passados ele já se transformara em um documento histórico. De lá para cá mais sessenta e cinco anos transcorreram. Algumas partes isoladas envelheceram ainda mais. Consequentemente, neste prefácio apresentaremos, de forma resumida, as idéias do Manifesto que, até nossos dias conservam integralmente sua força e aquelas que necessitam de sérias modificações ou complementos.”
“4. A tendência do capitalismo em rebaixar o nível de vida dos operários, a torná-los cada vem mais pobres. Esta tese foi violentamente atacada. Os padres, os professores, os ministros, os jornalistas, os teóricos socialdemocratas e os dirigentes sindicais levantaram-se contra a assim chamada teoria do "empobrecimento". Invariavelmente enumeravam sinais do bem-estar crescente dos trabalhadores, tomando a aristocracia operária por todo o proletariado, ou tomando uma tendência temporária por uma situação perdurável. Paralelamente, a própria evolução do mais poderoso capitalismo, o dos Estados Unidos transformou milhões de operários em párias, sustentados às custas da caridade estatal ou privada.”

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