Em 1971, Hobsbawn - “Os Intelectuais e a luta de classes” – marca a diferença entre os revolucionários dos anos 60/70 e os de sua geração. Já no início dos anos 70 a fé na “grande revolução de outubro” havia desaparecido – bem antes do desmoronamento do muro, em 89. Selecionei um pequeno trecho:
“ Há, contudo, uma diferença notável entre o novo movimento revolucionário e o da minha geração, nos anos entre guerras. Contávamos, talvez erroneamente, com uma esperança e um modelo concreto de uma sociedade alternativa : o socialismo. Hoje em dia essa fé na grande Revolução de Outubro e na União Soviética desapareceu em grande parte – esta é uma observação de fato, não um juízo – e nada a substituiu. Porque, embora os novos revolucionários busquem possíveis modelos e objetos de lealdade, nenhum dos regimes revolucionários pequenos e localizados – Cuba, Vietnã do Norte, Coréia do Norte ou qualquer outro, mesmo a própria China – representa hoje o que a União Soviética significou em minha época.”
Uma observação: Coréia do Norte a parte, onde Hobsbawn encontraria hoje “regimes revolucionários pequenos e localizados”? A ilha do Caribe, por exemplo, aguarda o óbito do seu carismático líder para acelerar o processo de “abertura”. Dois sintomas da “febre capitalista” da China: 1. Em 2010, o faturamento dos Cassinos de Macau foi quatro vezes os de Las Vegas; 2. Também no ano passado, a China foi maior importador de vinhos de Bordeaux – 20 milhões de litros.