A morte de Stalin, em 5 de março de 1953, leva Prestes a produzir um lacrimoso artigo na edição de abril da Revista Mensal de Cultura Política : “Ergamos bem alto a bandeira de Stalin”.
Selecionei o Parágrafo inicial e um trecho onde o autor revela sua tradicional falta de sensibilidade política ao acusar o governo Vargas de traição e dos “esforços para entregar o petróleo brasileiro à Standard Oil”. Seis meses depois Getúlio assinava a lei 2.004 ( 3 de outubro de 1953) que criava a Petrobras e o monopólio estatal do petróleo. Isso pra não falar que 16 meses após o artigo de louvação a Stalin, Vargas se suicidaria, ameaçado por um golpe de direita
“Iosif Vissarionovitch Stálin, o nosso querido camarada Stálin, não mais existe.
Neste momento, de dor imensa e profunda, meus pensamentos se dirigem para as grandes massas de nosso povo, para os trabalhadores das cidades e do campo, para todos os brasileiros que almejam uma pátria livre e progressista, dirigem-se particularmente para os jovens e as crianças de nossa terra a que sempre desejamos um futuro feliz e radioso, bem diferente da dura realidade dos dias de hoje.
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Os traidores que nos governam podem aprovar tratados militares, podem continuar fazendo esforços para entregar o petróleo brasileiro à Standard Oil, podem prometer aos banqueiros ianques o sangue de nossa juventude em troca dos empréstimos americanos, mas o povo brasileiro persistirá até o fim em sua luta pela paz, há de provar na prática que jamais empunhará armas contra os povos da União Soviética, que é capaz de libertar o Brasil do jugo imperialista e de pôr abaixo o atual governo de traição de Vargas.
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