terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Existe um marxismo "correto"? Hobsbawm com a palavra.


Desde a primeira leitura da “Era das Revoluções”, ingressei no fã clube de Eric Hobsbawm. Em 1966, já sem ilusões em relação ao comunismo, Eric escreve “O Diálogo sobre o Marxismo” que, em 1973, participaria do livro “Revolucionários” (editado no Brasil pela Paz e Terra). No texto, afirma que “uma grande parte do marxismo deve ser repensado e redescoberto”. Hoje, passados 44 anos, o desafio permanece. Selecionei 2 parágrafos que evidenciam os equívocos a que todos nós, ex-membros do “Partidão”, fomos induzidos.
“ Os comunistas vão se dando conta, cada vez mais, de que o que aprenderam a acreditar e a repetir não era simplesmente o “marxismo”, senão o marxismo conforme desenvolvido por Lênin e congelado, simplificado, e às vezes distorcido sob Stalin, na União Soviética. Que o “marxismo” não é um corpo de teorias e descobertas acabadas, mas um processo de desenvolvimento; que o próprio pensamento de Marx, por exemplo, continuou a se desenvolver durante toda sua vida. Que o marxismo tem, sem dúvida, respostas potenciais, mas frequentemente nenhuma resposta efetiva aos problemas concretos que hoje enfrentamos, em parte porque a situação mudou desde Marx e Lênin, em parte porque nenhum dos dois disse nada sobre certos problemas que já existiam em suas épocas e que são importantes para nós.”
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“Não há atalhos para o marxismo: nem o apelo a Lênin contra Stalin, nem a Marx, nem ao jovem Marx contra o Marx da maturidade. Há somente trabalho árduo, longo e, nas atuais circunstâncias, talvez não conducente a conclusões definitivas.”

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