Trier, 10 de agosto de 1841
Meu
pequeno negro selvagem,
Estou tão feliz por você estar feliz
e por saber que minha carta te alegra, que está torcendo por mim, que está
morando em quartos de papel de parede, que bebeu champanhe em Colônia, que
existem sociedades de Hegel aí, que você vem sonhando e que, resumindo, você é meu,
meu amor, meu querido negro selvagem. Mas apesar de tudo isso, de uma coisa eu
senti falta: você poderia ter elogiado um pouco o meu grego e dedicado um
pequeno artigo louvando a minha erudição. Mas vocês são assim mesmo, vocês,
cavalheiros hegelianos, não reconhecem coisa alguma, é o cúmulo da
superioridade, tudo tem de ser exatamente como vocês pensam, e por isso mesmo
eu devo ser modesta e descansar sobre meus próprios louros.
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