Hirchel Ha Levi, o pai de Marx, de
uma família de rabinos teria, pragmaticamente, se convertido, ao
protestantismo para poder exercer sua profissão de advogado.
Assim, aos seis anos o menino Karl
foi batizado no luteranismo. Ao que parece, um pouco de Lutero (1483-1546)
ficou no inconsciente do jovem. Na Introdução da “Crítica à Filosofia do
Direito de Hegel” - produzida quando o recém casado Marx ainda residia em Paris
(1844) - faz um simpático registro do papel de Lutero.
“Lutero
venceu
efetivamente a servidão pela devoção porque a substituiu pela servidão
da convicção. Acabou com a fé na autoridade porque restaurou a autoridade
da fé. Converteu sacerdotes em leigos porque tinha convertido leigos em
sacerdotes. Libertou o homem da
religiosidade exterior, fazendo da religiosidade a essência mais intima do
homem. Libertou o corpo de seus grilhões porque com grilhões prendeu o coração.”
“Sem dúvida, Lutero venceu a servidão pela devoção, mas por que pôs no
seu lugar a escravidão mediante a convicção. Abalou a fé na autoridade por que
restaurou a autoridade da fé. Transformou os padres em leigos, mudando os
leigos em padres. Libertou o homem da religiosidade exterior, fazendo da
religiosidade a essência mais intima do homem. Libertou o corpo de seus
grilhões porque com grilhões prendeu o coração”.
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