O livro “Capital no Século
XXI”, de Thomas Piketty, está sendo traduzido para 20 idiomas e sua versão em inglês
já vendeu mais de 250 mil exemplares, nos EUA. Matéria de capa do Eu & Fim
de Semana, do jornal Valor Econômico, registra o comentário elogioso do Nobel
Paul Krugman publicado no “The New York Review of Books”. Segundo Krugman,
Piketty escreveu um “ livro verdadeiramente soberbo”, por combinar “grande abrangência
histórica – qual foi a última vez que você ouviu um economista invocando a Jane
Austin e Balzac ? – com detalhada análise de dados”.
Talvez Krugman
estivesse se referindo ao velho Karl, fã incondicional de seu contemporâneo
Honoré de Balzac (1799-1850). Em fevereiro de 1867, no mesmo ano em que
entregou os originais do volume I de O Capital, insistiu com Engels para que
lesse “A obra-prima ignorada”, afirmando que se tratava de obra “repleta da
mais fina ironia”. Seu genro Paul Lafargue relata que a narrativa de Balzac
causou no sogro “grande impacto porque em parte seria uma descrição dos seus
sentimentos”.
Marx chegou a afirmar
que "A Comédia Humana" tinha sido mais importante para a sua
compreensão da sociedade francesa do que os muitos tratados de economia, história
e filosofia lidos durante anos. Opinião semelhante foi colocada por Engels em
carta, de abril de 1888, à escritora Margareth Harkness, que postarei amanhã.
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