Selecionei
um pequeno trecho do prefácio da “Fenomenologia do Espírito”, de 1807. Este
parágrafo iniciou a minha “descoberta” de Hegel.
“O botão
desaparece no desabrochar da flor, e poderia dizer-se que a flor o refuta; do
mesmo modo que o fruto faz a flor parecer um falso ser-aí da planta, pondo-se
como sua verdade em lugar da flor: essas formas não só se distinguem, mas
também se repelem como incompatíveis entre si. Porém, ao mesmo tempo, sua
natureza fluida faz delas momentos da unidade orgânica, na qual, longe de se
contradizerem, todos são igualmente necessários. E essa igual necessidade que
constitui unicamente a vida do todo. Mas a contradição de um sistema filosófico
não costuma conceber-se desse modo; além disso, a consciência que apreende essa
contradição não sabe geralmente libertá-la - ou mantê-la livre - de sua
unilateralidade; nem sabe reconhecer no que aparece sob a forma de luta e
contradição contra si mesmo, momentos mutuamente necessários.”
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