O Prof. Valdemir Pires
coordenador do Curso de Economia da Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP
publica na revista Impulse comentário didático, com base na visão de Izaak
Rubin, sobre o papel do fetichismo no pensamento de Marx. Íntegra em www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf
/imp22 _23art09 .pdf
Transcrevo, a seguir, a
conclusão, na parte final do artigo.
“A teoria do fetichismo foi a
descoberta que conduziu Marx para além dos postulados da Economia Política
clássica, pois esta última (especialmente pelas mãos de Ricardo), tomando a
forma como a riqueza se distribui entre as classes enquanto o objeto da
Economia Política, não se deteve no questionamento das causas que originaram
esta forma de distribuição. Marx, pelo contrário, centrou no estudo das relações
de produção o objeto da Economia Política e, ao fazê-lo, pôde detectar no
fetiche da mercadoria um elemento explicativo do surgimento, da consolidação e
do modo de operar destas relações e das formas de distribuição correlatas.
Tendo em vista que não é incomum
encontrar afirmações de que há em Marx uma postura ideológica que conduz a uma
teoria enviesada do capitalismo, é conveniente, a esta altura, reforçar que,
uma vez aceito o método de Marx, não se pode fugir à conclusão de que ele, ao
invés de partir de uma ideologia para formular sua teoria, pelo contrário,
descobre, com sua teoria (construída com base em método distinto do utilizado
pelos economistas clássicos) o caráter ideológico da forma de operar da
economia mercantil capitalista. Em outras palavras, sua teoria, graças ao
método que utiliza, flagra a ideologia como componente necessário e como resultante
da forma de operar da economia mercantil capitalista. Então não é a postura
ideológica, mas sim a postura metodológica de Marx que o conduz à descoberta de
conceitos que, nos marcos do supostamente asséptico método dos economistas
clássicos, são conceitos ideológicos.”
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