O professor da UFRJ, José Paulo Bandeira da Silveira,
escreve artigo sobre Althusser – www.cce.ufsc.br/~fialho/BasesCogInfo/material/.../Althusser.doc - onde faz
estimulante reflexão sobre o fetichismo no capitalismo de estado da URSS e da
China de nossos dias. Silveira afirma que “na China, o Estado introduz o fetichismo do dinheiro e o fetichismo da
mercadoria com o enclave das corporações capitalista mundiais”. E que “na URSS,
as máfias russas são o agente da introdução do fetichismo do dinheiro na era
final do colapso da sociedade soviética”. Segue um pequeno trecho.
“O fetichismo da mercadoria é a lógica do significante - ele
é o modelo de lógica do significante como ideologia - que gera uma estrutura
ideológica sob a soberania do dinheiro (Grundrisse).
Marx diz que o dinheiro é o nexo coisificado da sociedade, a
verdadeira entidade comunitária que ocupou o lugar da antiga entidade
comunitária, mantida em sua coesão por laços naturais e relações de dependência
pessoal.
Destacando a questão do dinheiro, este existe para a
sociedade capitalista como uma forma de produção das relações sociais. Ele
existe como o significante-universal do laço capitalista. Este poder produtivo
é o poder que gera e regenera a sociedade capitalista.
Na forma pura do capitalismo, a URSS e a China trocaram o
poder do dinheiro pelo poder do capitalismo de Estado na produção e reprodução
da sociedade. Estes países criaram um cotidiano liberado do fetichismo do
dinheiro e do fetichismo da mercadoria. Uma parte considerável da humanidade
viveu o século XX como fim da sociedade capitalista.
O partido revolucionário proletário foi o agente desta vasta
e impressionante experiência histórica da humanidade. Curiosamente na URSS, as
máfias russas são o agente da introdução do fetichismo do dinheiro na era final
do colapso da sociedade soviética.
Na China, o Estado introduz o fetichismo do dinheiro e o
fetichismo da mercadoria com o enclave das corporações capitalista mundiais.
Hoje, a China usa o dinheiro como o significante universal na produção de duas
sociedades capitalistas.
Trata-se da produção social de um nova sociedade capitalista
na Ásia. Uma outra forma de ordem social capitalista está sendo inventada no
mundo asiático. No Ocidente, o colapso das sociedades "socialistas"
orientais pôs um ponto final no partido revolucionário do proletariado. Isto
significou um derrota mundial e definitiva do capitalismo de Estado. Não foi
uma derrota para o capitalismo ocidental, simplesmente. Esta derrota acabou com
o recurso da planificação como modo de produzir uma sociedade livre do
fetichismo da mercadoria e do fetichismo do dinheiro. O capitalismo de Estado
deixou de existir como laço social, ou máquina ideológica de produção de um
nova sociedade.”
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