Nem só de reflexões sobre os diversos marxismos vive esse blog. Hoje vou abrir espaço para um fato pouco conhecido da vida de um dos meus ídolos da juventude: Ho Chi Min. O fundador do Partido Comunista da Indochina que derrotou, ao lado de Giap, o exército francês em Diem Bien Phu, passou quase seis meses na Cidade Maravilhosa, em algum momento entre 1911 e 1922 ( as datas variam dependendo da fonte).
Em 1911, Ho Chi Min se junta à tripulação do navio mercante La Touche Trevile como ajudante de cozinheiro e viaja pelo mundo. Numa dessas viagens desembarcou no Rio de Janeiro para tratamento de saúde (tuberculose), tendo ficado hospedado por cerca de seis meses em uma pensão no bairro de Santa Teresa.
A fama de bom cozinheiro de Ho - que teria se notabilizado pelo preparo de aves e se aperfeiçoado em pâtisserie com o mestre Auguste Escoffier - levou conhecida jornalista especializada em gastronomia a levantar a possibilidade dele ter feito “bico” em algum restaurante carioca.
Em 1924, ao encontrar-se, em Moscou, com Astrogildo Pereira e Rodolfo Coutinho, que buscavam o reconhecimento do Partido Comunista do Brasil - PCB pela Terceira Internacional, Ho evocou seus dias de Rio de Janeiro.
O líder vietnamita teria compartilhado seu quarto com Rodolfo Coutinho e revelado fatos curiosos sobre sua estada no Brasil.
Na versão oficial, Ho teria ficado impressionado com a "zona do mangue" (antiga zona de prostituição do Rio de Janeiro), com o cheiro fétido, com o mercado de sexo, “subproduto do capitalismo nas condições do atraso semicolonial.”
Na versão descontraída de Hercules Corrêa ( membro do Comitê Central, nos meus tempos de militante), a “zona de baixo meretrício” seria “o logradouro carioca favorito de Ho Chi Min”.
“Além de engraxate, fui ajudante de cozinheiro, servi café da manhã às prostitutas na zona do meretrício, o histórico Mangue, que como me contou Luiz Carlos Prestes era o logradouro carioca favorito de Ho Chi Min quando o então futuro líder da revolução vietnamita esteve por aqui em 1922” (Hercules Corrêa – Memórias de um stalinista).
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