quinta-feira, 23 de junho de 2011

Limites do marxismo tradicional.


Tenho dedicado diversas postagens à visão inovadora que Moishe Postone tem da obra de Marx a  partir da leitura conjunta dos Grundrisse e O Capital. Segue abaixo um texto extraído de “Necessidade, Tempo e Trabalho” onde Postone  destaca a necessidade imperiosa superar, em pleno século 21, o modo de produção industrial de base proletária. Para os que gostariam de conhecer, “sem intermediários”, as teses marxólogo, basta acessar www.youtube.com/watch?v=apbqa3TSuZU        e assistir a sua intervenção no Congresso Marx International V, de 2007. A íntegra do texto aqui citado está disponível em http://obeco.no.sapo.pt/mpt2.htm

“......se o Marxismo tiver de adquirir novamente alguma significação social nos países industrializados avançados, a falha do Marxismo tradicional em examinar criticamente o processo industrial de produção terá de ser superado. A crítica histórica adequada da totalidade social determinada pelo capital deveria mostrar que o modo de produção industrial, de base proletária, também pode ser superado. Isto permitiria um exame crítico da relação que as pessoas têm com seu trabalho, bem como da relação entre a humanidade e a natureza, enquanto mediada pelo processo de produção – duas áreas cruciais que não podem ser adequadamente abordadas por uma teoria cuja principal preocupação é a transformação do modo de distribuição e na qual o modo industrial de produção é hipostasiado. Em outras palavras, a crítica histórica adequada deve colocar a questão da produção alienada no centro de sua investigação. Uma teoria cuja preocupação principal é o próprio modo de produção proveria também, na minha opinião, o ponto de partida necessário para avaliações da cultura, da vida cotidiana, dos vários movimentos de emancipação atuais e uma série de outras considerações que não poderiam ser adequadamente abordadas nos limites da estrutura teórica de interpretação do Marxismo tradicional.”

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