Neste
janeiro de 2017, quando os alemães comemoram os quinhentos anos do manifesto de
Lutero, fica o registro da admiração de Marx.
Vale
lembrar que seu pai e sua mãe converteram-se ao luteranismo antes de seu nascimento e que este não é o único
momento em que ele registra sua visão positiva de Lutero – outros textos foram
postados aqui no blog.
Segue
um trecho de 1843 – Karl aos 25 anos – da introdução da “Crítica da Filosofia
do Direito de Hegel”,
“O passado revolucionário da
Alemanha é, de fato, um passado histórico: é a Reforma. Como então no cérebro
do frade, a revolução começa agora no cérebro do filósofo.
Lutero venceu
efetivamente a servidão pela devoção porque a substituiu pela servidão da
convicção. Acabou com a fé na autoridade porque restaurou a autoridade da fé.
Converteu sacerdotes em leigos porque tinha convertido leigos em sacerdotes.
Libertou o homem da religiosidade externa porque erigiu a religiosidade no
interior do homem. Emancipou o corpo das cadeias porque sujeitou de cadeias o
coração.
Mas, se o
protestantismo não foi a verdadeira solução, representou a verdadeira colocação
do problema. Já não se tratava da luta do leigo com o sacerdote que existe fora
dele, mas da luta com o sacerdote que existe dentro de si próprio, com sua
natureza sacerdotal. E, se a transformação protestante do leigo alemão em
sacerdote emancipou os papas leigos, os príncipes, com toda sua clerezia, se
emancipou privilegiados e filisteus, a transformação filosófica dos alemães com
espírito sacerdotal em homens emancipará o povo.”
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