sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Engels e o Evangelho de João. 2/2

Segue aqui a complementação do texto de Engels, de 1895, sobre o evangelista João:
“Encontramos aqui a concepção fundamental que permitiu ao cristianismo realizar-se como religião universal. A noção de que os deuses, ofendidos pelas ações dos homens, podiam ser acalmados por sacrifícios, era uma ideia comum a todas as religiões dos Semitas e dos Europeus; a primeira ideia revolucionária fundamental do cristianismo (extraída da escola de Philon) era que, pelo único grande sacrifício voluntário de um mediador, os pecados de todos os tempos de todos os homens eram expiados de uma vez para sempre. . . para os fiéis. De tal modo que desaparecia a necessidade de qualquer sacrifício ulterior e, portanto, a base de numerosas cerimônias religiosas. Ora, a libertação de cerimônias que entravavam ou proibiam o comércio com homens de crenças diferentes era a condição primeira de uma religião universal. E, contudo, o hábito dos sacrifícios estava tão enraizado nos hábitos populares que o catolicismo — que retomou tantos costumes pagãos — julgou útil considerá-lo, introduzindo pelo menos o simbólico sacrifício da missa. Por outro lado, nenhum vestígio, no nosso livro, do dogma do pecado original.”




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