quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O amor sexual em Marx

Marshall Berman abre um bom espaço em seu “Aventuras no marxismo” – tradução Sonia Moreira, Companhia das Letras – para o sexo na vida de Marx. Discorre, inclusive, sobre estimulante ambiente sexual do Quartier Latin quando o casal Marx/Jenny para lá se transfere, no início do casamento.
Selecionei um trecho onde Marshall fala do filho de Marx com a criada recebida como “presente de casamento” e a adoção por Engels.

“ Uma das principais forças propulsoras da síntese de Marx parece ter sido o amor sexual. Certos biógrafos já observaram, bem como até mesmo alguns policiais, que o casamento de Karl e Jenny, ainda que envolto em muita turbulência e sofrimento, foi um casamento apaixonado e feliz que durou quarenta anos e só terminou com a morte.
De fato, Marx foi um dos raros grandes pensadores de toda  a história que tiveram um casamento e uma vida familiar felizes. Alguns biógrafos se esforçaram bastante para aumentar as dimensões de todas as rachaduras que puderam encontrar na vida dele: em especial, o caso passageiro de Marx com sua governanta na década de 1850 e seu filho ilegítimo, “Freddy”, adotado por Engels, que viria tornar-se ativista do sindicato britânico dos trabalhadores. Mas mesmo esses biógrafos costumam admitir que não dispõem de muito material com que trabalhar neste sentido.
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Seigel mostra como o amor sexual desempenhou um papel vital na formação da identidade de Marx, ajudando a livrá-lo do isolamento psíquico e centrá-lo no mundo real. Marx pensou e escreveu muito sobre o amor sexual em meados da década de 1840,pouco depois de seu casamento, quando tentava perseguir o ideal de levar uma vida em meio às outras pessoas, como queria seu pai.”
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Podemos perceber um leve vulto num outro comentário sobre o amor, feito na mesma época: o amor, diz Marx, é “a primeira coisa que ensina o homem a acreditar no mundo objetivo fora dele mesmo”.

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