Nos
três primeiros parágrafos de O Capital, estão duas citações de Nicholas Barbon
em anotações de pé-de-página. Nicholas Barbon (1640 /1698) é um dublê de médico
e economista e criador do seguro de incêndio, após a catástrofe que destruiu
Londres, em 1666. E que o fez um milionário.....
Nas
notas de pé-de-página, Marx cita a obra “ A discourse on coining the new
Money lighter, de 1696. Em rápida pesquisa, encontrei outro texto de
Barbon, não citado por Marx, “A Discurse of Trade” – Um discurso sobre o
Comércio, de 1690 – onde ele faz reflexões muito interessantes sobre
mercadorias e que podem ter “inspirado” Marx, na criação do Fetichismo da
Mercadoria. Vejamos um trecho:
“Mercadorias,
que têm o seu valor estabelecido como suprimento das necessidades da mente,
satisfazem desejos. Desejo provoca demanda. É o apetite da alma, e é tão
natural para a alma, como a fome para o corpo.
As
demandas da mente são infinitas, o homem naturalmente aspira, e como a sua
mente é elevada, seus sentidos se tornam mais refinados e mais aptos ao prazer,
seus desejos são ampliados, e sua demanda cresce com os seus desejos, e a
escassez das coisas, gratifica os seus sentidos, adorna seu corpo, e promove a
facilidade, o prazer, e o esplendor da vida.
Entre
a grande variedade de coisas para satisfazer as demandas da mente, aquelas que
adornam o corpo, e fazem avançar o esplendor da vida, tem o uso mais geral, e
em todas as idades, e entre todos os tipos da humanos, são as de maior valor.”
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