Em 6 de
março de 1895, 5 meses antes de sua morte (5/8/1895), Engels produz um de seus
mais amadurecidos ensaios, ao fazer a introdução de mais uma edição alemã da “A
Luta de Classes na França”. O documento mereceu um registro especial de Rosa
Luxemburgo: “ grande importância deve ser conferida
a um dos históricos documentos do movimento operário alemão: o prefácio escrito
por Frederick Engels em 1985 para a reedição da Luta de Classes na França”.
Em 22 de julho de 2014, Delfim Netto – um “marxista infiltrado”,
segundo Milton Coelho da Graça – publica em sua coluna semanal do Valor um
texto interessante sobre o mesmo tema: sufrágio universal.
Os dois trechos
selecionados. Por uma questão de antiguidade, primeiro Engels e a seguir
Delfim.
ENGELS
“Graças
ao uso inteligente que os operários alemães fizeram do sufrágio universal
introduzido em 1866, o crescimento surpreendente do partido é tornado claro
para todo o mundo por números incontestáveis : 1871, 102.000 ; 1874, 352.000
; 1877, 493.000 votos socialdemocratas.
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E
assim aconteceu que a burguesia e o governo passaram a ser muito mais temerosos
com a ação legal do que com a ação ilegal do partido dos trabalhadores; com os
resultados das eleições do que com a
rebelião.
Por
aqui, também, as condições da luta tinha mudado fundamentalmente. Rebelião no
estilo antigo, luta de rua com barricadas , que decidiu a questão em todos os
lugares até 1848, tornou-se , em grande parte, ultrapassada.”
DELFIM
“A
organização dos trabalhadores e a conquista do sufrágio universal entre o fim
do século XIX e o início do século XX reduziram as diferenças de poder entre o capital
e o trabalho e deixaram claro que a distribuição do produzido é um problema político,
que tem implicações econômicas de longo prazo”.
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