quinta-feira, 28 de março de 2013

O Fetichismo no Hiperconsumo.

 
Um cartazete promocional exibido nos quiosques das praias do Leblon e Ipanema vale como uma tese de mestrado sobre a sociedade de hiperconsumo que estamos todos vivenciando. Segundo o criador da expressão – Gilles Lipovetsk – essa nova realidade se caracteriza pela busca permanente de felicidade e, assim, os produtos e serviços de sucesso estão impregnados de mensagens para estimular esse sentimento. O objeto significa muito pouco, diante da experiência que proporciona e o “estar” costuma ser um “gerador” de felicidade mais relevante que o “ter”.
Nessas duas primeiras décadas do século 21, parece gerar mais felicidade ser convidado para o camarote da Brahma que ter um carrão importado. O Fetichismo tem força ainda maior nas “mercadorias imateriais” que nos produtos tradicionais – vide o crescimento de segmentos religiosos na periferia das grandes cidades ( um dos temas da homilia de abertura da Semana Santa, do Papa Francisco). Afinal, hoje mais do que nunca, a fé é uma mercadoria geradora de felicidade..... Como antecipava o velho Karl, em 1865, no primeiro volume de O Capital: A primeira vista, uma mercadoria parece uma coisa trivial e que se compreende por si mesma. Pela nossa análise mostramos que, pelo contrário, é uma coisa muito complexa, cheia de subtilezas metafísicas e de argúcias teológicas”.
O cartazete do Mastercard enfatiza a felicidade de “estar” na partida Brasil X Inglaterra. Uma felicidade que “não tem preço”.

3 comentários:

  1. Marcelo,
    Agradeço a sua incentivadora observação.
    Nas próximas semanas, vou dedicar algumas postagens a aprofundar uma reflexão de como o conceito de fetichismo da mercadoria ajuda a entender comportamentos de consumidores do nosso tempo. Uma certa antecipação do neuromarketing...

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  2. Certamente lerei com atenção.

    abs

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