Um cartazete
promocional exibido nos quiosques das praias do Leblon e Ipanema vale como uma
tese de mestrado sobre a sociedade de hiperconsumo que estamos todos
vivenciando. Segundo o criador da expressão – Gilles Lipovetsk – essa nova
realidade se caracteriza pela busca permanente de felicidade e, assim, os
produtos e serviços de sucesso estão impregnados de mensagens para estimular
esse sentimento. O objeto significa muito pouco, diante da experiência que
proporciona e o “estar” costuma ser um “gerador” de felicidade mais relevante
que o “ter”.
Nessas duas primeiras
décadas do século 21, parece gerar mais felicidade ser convidado para o
camarote da Brahma que ter um carrão importado. O Fetichismo tem força ainda
maior nas “mercadorias imateriais” que nos produtos tradicionais – vide o
crescimento de segmentos religiosos na periferia das grandes cidades ( um dos
temas da homilia de abertura da Semana Santa, do Papa Francisco). Afinal, hoje
mais do que nunca, a fé é uma mercadoria geradora de felicidade..... Como
antecipava o velho Karl, em 1865, no primeiro volume de O Capital: “A primeira vista, uma mercadoria parece uma coisa trivial e que se
compreende por si mesma. Pela nossa análise mostramos que, pelo contrário, é
uma coisa muito complexa, cheia de subtilezas metafísicas e de argúcias
teológicas”.
O cartazete do Mastercard enfatiza a
felicidade de “estar” na partida Brasil X Inglaterra. Uma felicidade que “não
tem preço”.
Excelente observação!!!
ResponderExcluirMarcelo,
ResponderExcluirAgradeço a sua incentivadora observação.
Nas próximas semanas, vou dedicar algumas postagens a aprofundar uma reflexão de como o conceito de fetichismo da mercadoria ajuda a entender comportamentos de consumidores do nosso tempo. Uma certa antecipação do neuromarketing...
Certamente lerei com atenção.
ResponderExcluirabs