Leandro Konder, em seu último livro – “Em torno de Marx” – comenta a irritação dos militantes comunistas com o livro de Marcuse que levantava a tese que o marxismo ao invés de transformar a URSS fora transformado por ela. Algo semelhante ao marxismo chinês de nossos dias. Tudo leva a crer que a reflexão de Moishe Postone de que as tentativas de substituir o capitalismo pelo socialismo sucumbiram graças à manutenção do sistema de produção capitalista. Tai a China para validar a tese. Vale a pena a leitura do texto de Konder.
“ O “marxismo” oficialmente adotado pelos partidos comunistas e pela União Soviética encastelava-se em Formulas ideológicas desgastadas, envelhecidas. No livro “O marxismo soviético”, Marcuse dizia que o marxismo, em vez de transformar a realidade socioeconômica existente na URSS, fora transformado por ela e se tornara uma ideologia de legitimação de uma vasta organização estatal e de uma complexa máquina político-partidária. Por sua falta de vigor critico, tornava-se cúmplice do sistema capitalista contra o qual havia sido criado.”
É evidente para mim: o problema dos soviéticos não foi a manutenção de traços (ou mesmo mais que meros traços) de capitalismo. No período transicional é inevitável que haja essa coexistência de elementos diversos.
ResponderExcluirO problema foi outro: a deformação do marxismo, transformado em "dogma", recuado, conservador. Fruto, naturalmente, da degeneração burocrática stalinista.
O mesmo Konder adverte que "a deformação antidialética do marxismo, própria dos tempos de Stálin, influiu poderosamente na formação de pelo menos duas gerações de comunistas".
Ao que eu acrescento: continua influindo. Em menor grau, felizmente.
E como continua influindo.....Veja o exemplo do PSUV, na Venezuela.
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