Em janeiro de 1848, Marx e Engels liberam o
“Manifesto de Partido Comunista” que dedica amplo espaço ao papel transformador
da burguesia. Cabe um destaque especial à antecipação da globalização:
“A burguesia, pela sua exploração do
mercado mundial, configurou de um modo cosmopolita a produção e o consumo de
todos os países. Para grande pesar dos reacionários, tirou a indústria o solo
nacional onde firmava os pés. As antiquíssimas indústrias nacionais foram
aniquiladas, e são ainda diariamente aniquiladas. São desalojadas por novas
indústrias cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações
civilizadas, por indústrias que já não laboram matérias-primas nativas, mas
matérias-primas oriundas das zonas mais afastadas, e cujos fabricos são
consumidos não só no próprio país como simultaneamente em todas as partes do
mundo. Para o lugar das velhas necessidades, satisfeitas por artigos do país,
entram [necessidades] novas que exigem para a sua satisfação os produtos dos
países e dos climas mais longínquos. Para o lugar da velha autossuficiência e
do velho isolamento locais e nacionais, entram um intercâmbio omnilateral, uma
dependência das nações umas das outras. E tal como na produção material, assim
também na produção espiritual. Os artigos espirituais das nações singulares
tornam-se bem comum. A unilateralidade e estreiteza nacionais tornam-se cada
vez mais impossíveis, e das muitas literaturas nacionais e locais forma-se uma
literatura mundial.”
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