terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O fetichismo da mercadoria na 2ª e na 4ª edições alemãs de O Capital.

No posfácio da 2ª edição alemã de O Capital ( janeiro de 1873), Marx faz, mais uma vez, o registro das dificuldades de entendimento do conceito de fetichismo da mercadoria.
A última seção do primeiro capítulo, «O carácter de feitiço da mercadoria, etc.», foi em grande parte alterada. ..................................................................
O método empregue em O Capital foi pouco entendido, como já o demonstram as interpretações dele, entre si contraditórias.
Assim, a Revue Positiviste de Paris censura-me, por um lado, porque trato a economia metafisicamente e, por outro lado — imagine-se! —, porque me limito a uma dissecação meramente crítica do dado, em vez de prescrever receitas ( comtianas ?) para as casas de pasto do futuro.
Contra a censura da metafísica, observa o Prof. Sieber: “Na medida em que se trata propriamente da teoria, o método de Marx é o método dedutivo de toda a escola inglesa, os seus defeitos tal como as qualidades são partilhadas pelos melhores economistas teóricos.”

Na 4ª edição alemã de O Capital ( 1890 ) – 7 anos após a morte de Marx – foram retirados do posfácio da 2ª edição os 4 parágrafos iniciais, entre eles o referente ao fetichismo da mercadoria acima descrito. A edição foi prefaciada por Engels que, sempre ignorou em seus comentários o tema do fetichismo da mercadoria. Acredito que Engels, assim como todos os marxistas clássicos, considerava o tema “metafísico/hegeliano”. Não chegando ao exagero de Althusser que sugeriu “pular”  a leitura o primeiro  capítulo....
Vale relembrar a frase inicial do 1º capítulo do volume I de O Capital: “À primeira vista, uma mercadoria parece uma coisa evidente, trivial. A sua análise mostra que é uma coisa muito retorcida, cheia de subtileza metafísica e de extravagâncias teológicas.”
Os marxistas clássicos, de ontem e de hoje, não entenderam porque o capitulo primeiro da volume I da obra máxima do alemão é dedicada à mercadoria. Sugiro a leitura de pensadores mais abertos como Hobsbawm, Dennis Collin e Moishe Postone.....


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