domingo, 29 de junho de 2014

O papel central do fetichismo.

Os mais consagrados marxólogos contemporâneos classificam o fetichismo da mercadoria como o “acréscimo” de Marx às teses dos economistas clássicos ingleses – destaque para Adam Smith e Ricardo. Marx, segundo Hobsbawn, Collin e Postone - três dos mais profundos conhecedores da obra do alemão - foi além da produção e enveredou pelo consumo. Vale lembrar o título do primeiro capítulo do Volume I de O Capital: A MERCADORIA. E a seção 4: O Fetichismo da Mercadoria e o seu segredo. Na mesma linha, segue o doutorando em Filosofia da UFSC, Amaro Aflec , em seu trabalho O Conceito de Fetichismo na Obra Marxiana. Um pequeno trecho:

“O papel do fetichismo, na arquitetônica de O Capital, é central. Ele aparece logo no início do livro, na análise da mercadoria, quando se começa a falar de um processo que se desenvolve às costas dos produtores, processo no qual eles tomam parte, mas do qual não têm consciência. Este processo, que nada mais é do que o desenvolvimento da própria categoria do capital, surge precisamente por meio da reificação das relações sociais, reificação esta que se dá pela objetificação fetichista do trabalho abstrato despedido nas mercadorias. Este processo – processo que é feito pelos homens, mas do qual eles não têm controle, não dominam, e pelo qual os próprios homens acabam sendo dominados – faz da sociedade capitalista mais uma sociedade “opaca”, tal como as medievais, mas sua “opacidade” não se deve ao vínculo religioso que a forma, mas sim ao vínculo mercantil.”

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Marx ecológico.

Em meados do século 19, Marx percebe a vocação destruidora da natureza pelo modo de produção capitalista – destaque para um pequeno trecho de O Capital:
“Com a preponderância cada vez maior da população urbana que se amontoa nos grandes centros, a produção capitalista, de um lado, concentra a força motriz histórica da sociedade, e, do outro, perturba o intercâmbio material entre o homem e a terra, isto é, a volta dos elementos do solo consumidos pelo ser humano sob a forma de alimentos e de vestuário, violando assim a eterna condição natural da fertilidade permanente do solo.”

terça-feira, 10 de junho de 2014

Marx e o pleno emprego.

O Prof. Yoshiaki Nakano *, no jornal Valor Econômico de 10/05/14, escreve artigo sobre “Os ajustes de 2015” onde faz uma referência ao velho Karl e as dificuldades do pleno emprego:
Desde Adam Smith e Marx sabemos que economia capitalista enfrenta séries de dificuldades no pleno emprego. Por isso este último autor falava que o capitalismo não sobreviveria sem um "exército industrial de reserva" (trabalhadores desempregados prontos e dispostos a trabalhar).
* Yoshiaki Nakano é professor e diretor da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/EESP).

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Fetichismo da Mercadoria e o seu Segredo.

Seguem dois trechos do volume I  Seção 4 de O Capital ( 1867)
“A primeira vista, uma mercadoria parece uma coisa trivial e que se compreende por si mesma. Pela nossa análise mostrámos que, pelo contrário, é uma coisa muito complexa, cheia de sutilezas metafísicas e de argúcias teológicas.
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“Se pudessem falar, as mercadorias diriam: "Pode o nosso valor-de-uso interessar ao homem, que para nós, enquanto, objetos, isso é-nos indiferente. O que nos interessa é o nosso valor. Demonstra-o a nossa relação recíproca como coisas de venda e de compra. Só nos relacionamos umas com as outras como valores-de-troca".