domingo, 8 de abril de 2012

O fetiche da mercadoria. De Marx a Steve Jobs

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O velho Karl viveu a transição da 1ª para a 2ª revolução industrial, mas antecipou o fetiche da mercadoria; a motivação central da 4ª revolução ou, pra quem prefere, da 2ª sociedade de consumo – aquela onde o “ter” está sendo substituído pelo “chegar” – a sociedade do “acesso”. Ticiano Sampaio construiu uma tese, nessa linha, em “Steve Jobs e Karl Marx, tecnologias de uso pessoal e fetiche da mercadoria”. Vide a íntegra do texto em http://www.droider.com.br/opiniao/steve-jobs-karl-marx-tecnologias-uso-pessoal-fetiche-mercadoria.html
Selecionei dois trechos para estimular a leitura da íntegra.

“Talvez, para falar de fetichismo da mercadoria, seja mais importante, hoje, analisar Steve Jobs do que Karl Marx. Na entrevista inicialmente comentada, Jobs já demonstrava saber claramente o que precisava fazer, e fez, para revitalizar uma Apple que ia mal das pernas e transformá-la na gigante que vemos hoje. Dois imperativos: inovar e fortalecer a lealdade à marca entre os consumidores. Ninguém na história do marketing se mostrou tão competente em trabalhar essa lealdade do que o próprio Jobs.”
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“Nessa época em que a propaganda está decisivamente adotando as mídias sociais, os produtos da Apple estão à frente de todos os outros. Não por força de um trabalho de social media, mas por força de um trabalho prévio, realizado pelo próprio Jobs, que sabe como ninguém mexer com a fetichização da mercadoria, numa acepção tão forte que talvez não fosse imaginada nem por Marx quando inicialmente trabalhou o conceito.
Concluindo um texto tão maluco que põe Karl Marx para dialogar com Steve Jobs, prefiro usar uma simplificação para me fazer bem compreendido. Nesse novo tempo de discussões tão abertas, onde todos nós assimilamos, analisamos e repassamos informações para uma audiência jamais imaginada para um cidadão comum, tornar-se um “fan boy” idiotizado é algo que desvaloriza a sua presença nessas mídias.
O fan boy é a vítima da mais nova modalidade de alienação. Ele não precisa, e muitas vezes se recusa, a oferecer uma opinião inteligente sobre as soluções das quais fala. Ele apenas repete tudo como um papagaio de propaganda, movido quase sempre por um eterno priapismo provocado pela mercadoria competentemente fetichizada.”


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