Em outubro de 1937, Trotsky escreve o prefácio da edição Sul-Africana do Manifesto de 1848 e faz uma serena e sensata revisão critica de partes do Manifesto. Neste 7º trecho selecionado, Trotsky justifica porque o Manifesto “esquece” a luta dos povos coloniais pela independência e afirma que o mérito da estratégia da luta para os colonizados, é de Lênin.
“7. Mostrando como o capitalismo arrebanha em seu turbilhão os países atrasados e bárbaros, o Manifesto nada diz a respeito da luta dos povos coloniais e semi-coloniais pela sua independência. À medida que Marx e Engels pensavam que a vitória da revolução socialista, "nos países civilizados pelo menos", era uma questão a ser resolvida nos anos seguintes, o problema das colônias resolver-se-ia igualmente não como o resultado de um movimento autônomo dos povos oprimidos, mas, simplesmente, como a conseqüência da vitória do proletariado nas metrópoles capitalistas. Esta é a razão pela qual as questões da estratégia revolucionária nos países coloniais e semi-coloniais nem mesmo estão esboçadas no Manifesto. Mas elas exigem soluções particulares. Dessa forma, é evidente que se a "pátria nacional" se tornou o pior obstáculo à revolução proletária nos países capitalistas avançados mantém-se ainda como um fator relativamente progressista nos países atrasados que são obrigados a lutar por sua existência nacional independente. "Os comunistas, declara o Manifesto, apoiam, em todos os países, qualquer movimento revolucionário contra a ordem social e política existente. " O movimento das raças de cor contra os opressores imperialistas é um dos mais poderosos e importantes movimentos contra a ordem social existente e é esta a razão pela qual necessita do total apoio, indiscutível e sem reticências, do proletariado de raça branca. O mérito de haver desenvolvido a estratégia revolucionária dos povos oprimidos é, sobretudo, de Lênin.”
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